Rede de distribuição de gás tem mais de 100 pedidos de ligação de produtores de gases renováveis
Os operadores de rede de distribuição de gás têm, no conjunto, atualmente, mais de 100 pedidos de ligação à rede de produtores de gases renováveis, disse ontem o presidente executivo da Sonorgás, Nuno Moreira, no parlamento.
“Temos mais de 100 pedidos de ligação à rede de centros produtores de gases renováveis”, disse o responsável da Sonorgás, distribuidora de gás natural que fornece 34 concelhos no interior norte do país, referindo-se aos pedidos feitos ao conjunto dos operadores que atuam em Portugal.
Nuno Moreira, o presidente executivo da Floene, Gabriel Sousa, e o administrador da REN Portgás, Nuno Mendes, foram ouvidos no parlamento, em audiência pela mesa e coordenadores da Comissão de Ambiente e Energia, onde pediram apoio dos deputados na definição de políticas públicas “que permitam uma transição [energética] justa”, nomeadamente no que diz respeito aos planos de investimentos, que são apresentados a cada cinco anos.
Atualmente, o Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Distribuição (PDIRD) 2020, para os anos 2021-2025, aguarda ainda aprovação.
“Neste momento temos um tema em cima da mesa que é a necessidade de ter planos de investimento aprovados”, vincou o representante da Portgás, explicando que, sem aqueles instrumentos, é “difícil operar”.
Gabriel Sousa salientou o aspeto de coesão territorial que aqueles planos podem ter, pela capilaridade da rede ao longo do território.
Os responsáveis dos operadores de rede de distribuição de gás insistiram que o caminho para a descarbonização deve também passar pela utilização de gases renováveis, como o biometano ou o hidrogénio, e não depender apenas da eletrificação.
“O que pretendemos, efetivamente, é ajudar a descarbonizar a economia, […] mas não percorrendo caminhos de retrocesso, proibindo o acesso dos clientes às redes que estão construídas”, defendeu o responsável da REN Portgás, empresa de serviço público de distribuição de gás natural.
Na semana passada, a Floene (antiga Galp Gás Natural Distribuição), assinalou oficialmente a primeira injeção de hidrogénio ‘verde’ na rede de distribuição de gás em Portugal, no Seixal, distrito de Setúbal.