Cientistas descobrem novo Grand Canyon debaixo do gelo da Antárctida
Afinal, poderá existir um outro Grand Canyon no planeta Terra, caso a suspeita de cientistas da Universidade de Aberdeen, na Escócia, seja verdadeira. Segundo os glaciologistas Robert Bingham e Chris Griffiths, existe uma ravina com 10 quilómetros de lado-a-lado e 1,6 quilómetros de profundidade na Antárctida.
A investigação decorreu entre 2009 e 2010 e teve como ponto de partida a tentativa de descobrir porque razão a região tinha percentagens de derretimento de gelo mais altas que a média. O desfiladeiro poderá ser essa razão.
A zona, denominada Ferrigno Rift, pode ter 100 quilómetros de comprimento, provavelmente até mais, se se prolongar pelo mar. E esconde-se debaixo de um quilómetro de gelo.
Segundo a Universidade de Aberdeen, a região teria sido visitada apenas uma vez, há cinquenta anos. Durante a última década, imagens de satélite revelaram que o sítio é o que mais perde gelo em toda a região da Antárctida Oeste, o que levou à investigação de Bingham e Griffiths.
A equipa de dois cientistas deslocou-se de motos de neve e levou algum equipamento radar, para medir a topografia da rocha por debaixo do gelo, numa região conhecida pelo seu clima violento. A surpresa foi imediata.
“Num dos primeiros dias de pesquisa, uma pesquisa bastante normal, vimos o gelo a desfazer-se”, explicou Bingham.
A queda foi tão repentina que o cientista rapidamente viu um padrão debaixo do gelo. “Foi uma das missões científicas mais excitantes que tive”. O estudo foi publicado na edição de 25 de Julho da Nature, afirma a Discovery News.
Só agora os cientistas começam a perceber toda a miríade de mecanismos que controlam o degelo da Antárctida Oeste, e como as mudanças climáticas estão a afectar este processo. Alguns destes processos demoram séculos e o tempo mínimo de observação de mudanças atinge os vinte anos.