Telemóveis e gadgets deitam milhares de toneladas de ouro e prata para o lixo
O lixo electrónico esconde um tesouro improvável: 320 toneladas de ouro e 7,5 mil toneladas de prata por ano, de acordo com organizações ligadas às Nações Unidas (ONU). No total, são deitados fora cerca de €17 mil milhões (R$42,8 mil milhões), todos os anos, em ouro e prata que são utilizados para a produção de equipamentos electrónicos: computadores, tablets ou telemóveis.
Segundo a ONU, apenas 15% do ouro e prata utilizados nestes produtos são recuperados. Por outro lado, estes números levam a que o lixo electrónico mundial contenha depósitos de metais preciosos 40 a 50% mais ricos que, por exemplo, os contidos no subsolo.
À medida que cresce a venda de tablets, por exemplo, as quantidades de ouro e prata que vão parar ao lixo aumentam. Só em 2014 prevê-se que sejam vendidos 200 milhões de tablets em todo o mundo, pelo que o tesouro proveniente do lixo electrónico irá subir.
Na verdade, esta situação representa uma oportunidade para os sistemas de reciclagem, apesar deste novo lixo ser mais difícil de trabalhar que plástico ou papel.
“Em vez de olharmos para o lixo electrónico como um fardo, precisamos de encará-lo como uma oportunidade”, disse Alexis Vandendaelen, representante da Umicore Precious Metals Refining, citado pela Exame.
Nos países desenvolvidos, cerca de 25% do ouro proveniente do lixo electrónico é perdido. Nos países em desenvolvimento, esta percentagem chega aos 50%.
Há outros metais – como o cobre, paládio, platina, cobalto ou estanho –, que estão presentes nos produtos electrónicos descartados e que, se recuperados, evitam desperdício de recursos naturais.
“Precisamos recuperar elementos raros de modo a poder continuar a fabricar produtos de tecnologia da informação, baterias para carros eléctricos, painéis solares, televisores LCD e uma infinidade de outros produtos populares”, explicou Ruediger Kuehr, secretário executivo da iniciativa StEP (Solving the E-Waste Problem).