Os megalodontes tinham sangue quente, e isso pode ter levado à sua morte



A quantidade de energia que os tubarões gigantes precisavam para manter a temperatura do corpo em águas frias “pode ter levado à sua extinção”, escreve o “BBC Science Focus”.

Segundo a mesma fonte, com um corpo de cerca de 16 metros de comprimento, dentes do tamanho de livros de capa dura e uma mordida três vezes mais poderosa do que a de um T.rex, “não há dúvida de que o tubarão megalodonte foi uma das criaturas mais aterrorizantes que já viveram. Não admira que tenha fascinado cientistas e contadores de histórias desde a sua descoberta em 1835”,

Mas muito sobre o antigo tubarão “tem permanecido um mistério. A razão pela qual um predador de topo tão bem-sucedido se extinguiu há cerca de 3,6 milhões de anos revelou-se particularmente desconcertante”, explica o site.

Agora, uma equipa de cientistas ambientais da UCLA, UC Merced e William Paterson University, EUA, pensa ter a resposta: era um animal de sangue quente que vivia em mares cada vez mais frios.

“A manutenção de um nível de energia que permitisse a temperatura corporal elevada do megalodonte exigiria um apetite voraz. Isso pode não ter sido sustentável numa altura em que os equilíbrios dos ecossistemas marinhos estavam a mudar e em que o megalodonte teve de competir com outros animais recém-chegados, como o grande tubarão-branco”, disse o co-investigador Randy Flores, um estudante de doutoramento da UCLA.

Analisando a composição química do esmalte dentário do megalodonte, “foi possível descobrir que a temperatura do seu corpo era cerca de sete graus Celsius mais quente do que a água circundante”.

As proporções dos diferentes isótopos de oxigénio e carbono encontrados no esmalte dos dentes “podem ser utilizadas para estimar a temperatura a que se formaram. Esta pode então ser usada para aproximar a temperatura do corpo do animal quando estava vivo”,

“Esta é muito mais quente do que a de outros tubarões que se sabe terem vivido na mesma altura e é suficiente para classificar os megalodontes como animais de sangue quente”.

Os tubarões gigantes viveram na época do Plioceno, que começou há 5,33 milhões de anos e terminou há 2,58 milhões de anos. As novas provas “sugerem que o arrefecimento global que ocorreu durante o Plioceno levou à sua extinção”, revela o site.

Segundo a mesma fonte, esta descoberta “poderá também ajudar os investigadores a identificar espécies marinhas em risco nos oceanos atuais”.

“O estudo dos fatores que estiveram na origem da extinção de um tubarão predador de grande sucesso como o megalodonte pode fornecer informações sobre a vulnerabilidade dos grandes predadores marinhos nos ecossistemas oceânicos modernos que sofrem os efeitos das alterações climáticas em curso”, afirmou o investigador principal Robert Eagle, professor assistente de ciências atmosféricas e oceânicas da UCLA.





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