Produtores de banana da Madeira acusam secretário regional de mentir e pedem aumento do valor pago
O presidente da Associação de Produtores de Banana da Madeira, Antonino de Abreu, acusou hoje o secretário regional da Agricultura de mentir nos valores pagos aos produtores de banana e pediu aumentos.
Em declarações aos jornalistas, no Funchal, Antonino de Abreu disse que o secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Humberto Vasconcelos, afirmou que tinha pago “22 milhões de euros de banana aos produtores”, mas que essa declaração “é uma grande mentira”.
“Ele [secretário] pagou pela banana produzida na Madeira seis milhões de euros”, de acordo com o relatório de contas da Gesba, empresa pública que gere o setor, referente a 2021, salientou o produtor.
Por isso, sublinhou Antonino de Abreu, os produtores de banana querem saber onde é que estão os restantes 16 milhões.
“O senhor secretário nunca deu nada a produtor nenhum. Ele diz que as contas da Gesba estão transparentes. Ele tem que dizer aos produtores quantos milhões levou, que ele está levando bastante”, acusou.
Os bananicultores recebem atualmente 35 cêntimos por cada quilo de banana extra, mais nove cêntimos em relação ao ano passado, aumento que é inferior ao acréscimo do preço de mercado, referiu Antonino de Abreu.
Num comunicado enviado pela associação às redações, os bananicultores madeirenses pedem que a Gesba pague um euro por quilo de banana aos produtores, além das ajudas comunitárias, “apontando que os agricultores estão a sofrer grandes dificuldades financeiras, com os aumentos dos produtos fitossanitários, luz, água, salários”.
A associação manifesta também preocupação com “a gestão da Gesba”, que segue “as mesmas orientações políticas que levaram à falência da ILMA” (Indústria de Laticínios da Madeira).
“A Gesba foi constituída com a falsa promessa de resolver os problemas do setor da banana da Madeira, revolucionar o setor e aumentar o rendimento ao produtor de banana, mas na realidade foi constituída para defraudar escandalosamente a ajuda comunitária”, lê-se na nota.