China prevê mais inundações e tufões em agosto
A China enfrenta um alto risco de inundações e tufões em agosto, informou hoje o jornal oficial Global Times, após a passagem do tufão Doksuri ter deixado pelo menos 20 mortos e 27 desaparecidos em Pequim e arredores.
Os efeitos do tufão Doksuri, um dos mais fortes a atingir a China nos últimos anos e que devastou partes do sul e leste do país, fizeram com que Pequim registasse as chuvas mais intensas dos últimos 140 anos.
Segundo um documento publicado em conjunto por organizações como a Comissão Nacional para a Redução de Catástrofes, o Ministério dos Assuntos Civis e o Ministério de Gestão de Emergências, o norte do país vai sofrer altas temperaturas e seca em agosto, enquanto algumas áreas no sul e leste da China vão registar precipitações acima da média, com maior risco de catástrofes naturais, incluindo cheias, inundações urbanas e agrícolas, fortes rajadas de vento ou granizo.
As partes superiores do rio Yangtsé e do lago Poyang, no centro do país, podem sofrer inundações acima dos níveis de alerta, alertaram as agências.
Entre quatro e seis tufões estão também previstos no Noroeste do Pacífico e no Mar do Sul da China, sendo que dois ou três devem “chegar à terra ou afetar os sistemas climáticos da China”, informaram as agências.
As autoridades preveem que quatro ondas de calor vão atingir várias partes do país em agosto.
E notaram que a China enfrenta um pico crucial de consumo de eletricidade no verão, algo que já causou problemas de abastecimento durante a seca do verão passado, no centro do país.
As autoridades também alertaram para incêndios florestais em algumas partes de Sichuan (centro), Chongqing (centro) e Xinjiang (oeste).
Em 2021 e 2022, os verões ficaram marcados por chuvas de intensidade sem precedentes em décadas no centro do país, que causaram mais de 300 mortos, e por uma seca persistente no sudoeste e sul.
Song Lianchun, meteorologista do Centro Meteorológico Nacional, declarou: “Não podemos dizer que um evento climático extremo seja causado diretamente pelas alterações climáticas, mas, a longo prazo, o aquecimento global causa um aumento na intensidade e frequência destes eventos”.