Secretária-geral da OTCA pede ações urgentes para salvar a Amazónia



A secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazónica (OTCA), María Alexandra Moreira, pediu ontem na Cimeira da Amazónia ações urgentes para travar a desflorestação e a criação de políticas socioeconómicas que melhorem a vida na região.

“É imperativo entender a Amazónia como um bioma complexo, que enfrenta uma série de ameaças que ameaçam sua integridade”, disse a boliviana na abertura do evento, inaugurado pelo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

A OTCA é uma instituição intergovernamental formada por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, oito dos nove países que têm parte da floresta amazónica no seu território e que assinaram o Tratado de Cooperação Amazónica, em 1978.

A cimeira que está a ser promovida pelo Governo brasileiro na cidade de Belém tem o objetivo de fazer com que os oito países que compõem a OTCA cheguem a uma posição unificada sobre a preservação da Amazónia para apresentá-la na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), em novembro, nos Emirados Árabes Unidos.

Nesse sentido, María Alexandra Moreira lembrou que no bioma o desafio social “também está presente”, pois ali vivem quase 50 milhões de pessoas, “incluindo 400 indígenas dos 800 que vivem em toda a América”.

Segundo a boliviana, essas populações sofrem com o acesso à água potável, saúde, gestão de resíduos e Internet, devido aos altos níveis de desigualdade enfrentados pela região amazónica.

Para combater esse problema, a secretária-geral da OTCA tem alertado as nações amazónicas para também promoverem políticas que contribuam para gerar seus próprios sistemas económicos na região, fomentando a agricultura familiar e apoiando microempresas que fomentem a bioeconomia no bioma.

Com seus sete milhões de quilómetros quadrados, a Amazónia é a área de maior biodiversidade do planeta e a principal reserva de água do mundo.

Só em 2022, o desmatamento no bioma destruiu quase 20 mil quilómetros quadrados de vegetação, 21% em relação a 2021, o maior valor desde 2004, segundo dados do Projeto de Monitoramento da Amazónia Andina (MAAP).

A Cimeira da Amazónia é o quarto encontro de líderes da OTCA, criado em 1995 e integrado pelos oito países amazónicos (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), e o primeiro desde 2009.





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