Engenheiro florestal vai pôr jovens e desempregados a trabalhar campos abandonados
Ricardo Nabais, dirigente do núcleo da Guarda da Quercus, vai lançar um projecto que visa a criação de uma bolsa de terrenos agrícolas e a gestão dos campos abandonados, com vista à promoção do seu cultivo.
O projecto chama-se Gesterra, será implementado no concelho da Guarda e tem como pano de fundo um prémio ganho por Ricardo Nabais num concurso promovido pela Guarda+Social.
O objectivo do Gesterra é pôr os desempregados e jovens a trabalhar os campos abandonados, e assim terem na agricultura “uma actividade sustentável e uma oportunidade de ultrapassar uma época de crise”.
“Percebe-se que, por um lado, há terrenos abandonados que precisam de ser cultivados, pessoas que os podem ceder, alugar ou vender e, por outro, pessoas que precisam e gostariam de ter um terreno que pudessem cultivar e que lhes proporcionasse alguma sustentabilidade”, explicou o responsável.
De acordo com Ricardo Nabais, não só existem muitos terrenos abandonados no interior, como também há cada vez mais jovens casais a procurarem melhor qualidade de vida fora das zonas metropolitanas. E estas famílias não têm terrenos.
O Gesterra seria, assim, um “elo de ligação entre dois públicos distintos”. “A ligação será efectuada por meio de duas bolsas – uma de terrenos e outra de interessados a cultivar – que serão disponibilizadas numa plataforma de internet”, explicou Ricardo Nabais à Lusa.
Através da bolsa de terrenos, reúnem-se ofertas de terras inscritas pelos seus proprietários. Quem procura áreas para cultivo terá de se inscrever na bolsa de interessados.
O projecto vai arrancar na Guarda mas poderá ser estendido a outros municípios da região e até ao resto do País, caso haja esse interesse por parte dos governantes e população local.