Quercus: “É urgente que se investigue a causa da morte dos peixes” na ribeira de Seda



A Quercus está preocupada com a morte de peixes na ribeira de Seda, no concelho do Crato, e diz, em comunicado, que “devem ser tomadas medidas para que uma situação como esta não se volte a repetir”.

Segundo a mesma fonte, o Núcleo Regional de Portalegre da Quercus foi alertado para a morte de peixes na ribeira de Seda, no concelho do Crato e verificou no local, perto da estação de caminho-de-ferro do Crato, a morte de peixes e a poluição da água. “Constatámos na aldeia do Pisão, a montante na mesma ribeira, que a situação descrita não se verifica”, lê-se no comunicado.

“Este é um problema preocupante, pelo que é urgente que se investigue a causa da morte dos peixes e se atue de modo a salvar o que resta deste ecossistema severamente afetado”, alerta a associação, acrescentando que “devem ser tomadas medidas para que uma situação como esta não se volte a repetir”.

Milhares de peixes e outros animais estão a aparecer mortos numa ribeira que passa junto à vila do Crato, denunciou ontem um clube de caçadores e pescadores do concelho, no distrito de Portalegre.

Numa nota publicada na sua página na rede social Facebook, acompanhada de vídeos e fotos, os responsáveis do Clube Amadores de Caça e Pesca Desportiva do Crato referem que as descargas poluentes na ribeira de Seda “são uma constante há vários anos”.

Segundo o clube, a origem de algumas descargas está identificada, mas nada é feito para colocar um ponto final na situação. Por isso, diz, é hora de a população se unir e “dizer basta”.

“Aquilo que presenciámos aqui hoje é uma catástrofe ambiental e que nos próximos dias irá piorar bastante. Todas as espécies que ainda lutam pela sobrevivência irão morrer”, lê-se na publicação.

Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara do Crato, Joaquim Diogo, manifestou-se preocupado com a situação, indicando que o município já apresentou uma queixa ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR – já presente no local – e uma denúncia à Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

“É uma situação recorrente. Nós temos feito queixas, há menos de seis meses houve uma vistoria à indústria, que teve uma conclusão. Eles [indústria] cumprem com quase todos os requisitos para poder laborar – houve ali algumas coisas que foram notadas, alguns melhoramentos, algumas situações específicas que eles têm de introduzir, mas nada de substancial”, relatou.

O autarca sublinhou que tem seguido a situação com “muita preocupação”, lamentando não se conseguir imputar até esta altura responsabilidades, já que a ribeira aparece poluída periodicamente.

“Isto não pode continuar assim, é demais. Não pode, nós não podemos aceitar. Nós temos de chegar a uma conclusão de onde vem [a poluição] rapidamente e tem de haver mão forte com quem faz este tipo de derrames para dentro da ribeira”, acrescentou.

Contactado também pela agência Lusa, o dirigente da associação ambientalista Quercus José Janela manifestou-se preocupado com o problema e reivindicou uma “investigação com caráter de urgência” a este caso.

“A Quercus vai averiguar melhor este caso no terreno, mas exigimos que a situação seja investigada com urgência”, disse.

Veja as imagens captadas pela associação:

 





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