Manada de elefantes mata uma pessoa e cria pânico há seis meses no centro de Moçambique



Uma manada de elefantes, que circula há seis meses entre as comunidades, matou uma pessoa e devastou várias culturas em localidades da província de Sofala, no centro de Moçambique, disse hoje à Lusa fonte oficial.

“Estes elefantes estão aqui na zona há sensivelmente seis meses. Nas últimas duas semanas os elefantes mataram uma pessoa na localidade de Candeia, quando esta tentava afugentar os animais de um campo agrícola”, disse Miguel Chatala, régulo da localidade de Chatala.

Segundo as autoridades, que desconhecem ainda o número dos elefantes, os animais saíram do Parque Nacional da Gorongosa (PNG) e deslocaram-se quase 200 quilómetros para o distrito de Chemba, atraídos por uma plantação de cana-de-açúcar na região.

Pelo menos 15 mil famílias já foram afetadas nos distritos de Chemba e Caia, além de vários campos agrícolas e casas de construção precária destruídos, disse o régulo, acrescentando que os animais saíram do PNG em janeiro e refugiaram-se numa floresta próxima às comunidades.

“É muita cultura destruída até então, não posso contabilizar aqui em termos de números”, referiu o responsável, acrescentando que os animais causaram também vários feridos.

O administrador do Parque Nacional da Gorongosa, Pedro Muagura, avançou que já foi destacada uma equipa de fiscais e técnicos do parque para fiscalizar a manada de elefantes, referindo que, numa primeira fase, não poderão ser devolvidos àquela área de conservação porque estão “muito distantes”.

“Eu pessoalmente estou preocupado, mas já destacamos uma equipa ao local. Os técnicos vão procurar solução no local para retirar aqueles animais da comunidade”, disse Pedro Muagura.

Para fazer face à situação, as autoridades locais, em coordenação com o PNG, criaram comités de afugentamento de animais nas comunidades localizadas perto da área de conservação.

Conflitos entre homens e animais são frequentes em várias regiões rurais próximas de áreas de conservação em Moçambique.

Segundo dados oficiais mais recentes, de 2020, um total de 97 moçambicanos morreram e 66 ficaram feridos só em ataques registados, porque outros não chegam a ser reportados, de animais selvagens, a maioria por crocodilos, segundo a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).

No mesmo ano foram devorados 258 animais domésticos, entre gado bovino, ovino e caprino, por leões, hienas e crocodilos, além de 248,81 hectares de diversas culturas destruídas.





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