China doa parque fotovoltaico a Cuba em investimento de 107 milhões de euros
Cuba vai construir um parque fotovoltaico no leste do país, com capacidade de geração de 5 megawatts (MW), graças a uma doação do Governo chinês de quase 107 milhões de euros, revelaram hoje os ‘media’ estatais cubanos.
A Agência Cubana de Notícias (ACN) divulgou que o projeto encontra-se na “fase inicial”, estando atualmente a ser avaliadas “as condições do terreno” e “as garantias necessárias na execução das obras e montagem”.
O parque, acrescenta a rádio local Mayarí, ficará localizado no município homónimo, na província de Holguín (leste), região frequentemente afetada pelos cortes no fornecimento de energia elétrica que Cuba sofre há mais de dois anos, devido a problemas de geração de energia.
O projeto regional de aposta nas renováveis inclui a instalação gradual de parques fotovoltaicos em outros municípios adjacentes.
O Governo cubano procura reduzir a sua dependência dos combustíveis fósseis, que representam atualmente 95% da produção energética nacional, e especialmente das importações de petróleo bruto, devido ao esforço em termos monetários que isso implica.
Os 5 MW que este novo parque fotovoltaico proporcionará não representam sequer 1% da procura no momento de maior consumo diário em Cuba, segundo dados da estatal Unión Eléctrica (UNE).
O plano nacional de transição energética pretende que 37% do seu ‘mix’ energético provenha de fontes renováveis até 2030, embora atualmente represente apenas 5% e os investimentos nesta área sejam mínimos.
Há dois anos que Cuba enfrenta uma crise multidimensional que também se reflete no campo energético.
O Sistema Elétrico Nacional (SEN) cubano encontra-se numa situação precária, com sistemas de geração e distribuição obsoletos e um défice crónico em manutenção e investimentos.
Soma-se a isso os problemas financeiros do país na aquisição de combustíveis.
Esta terça-feira, um quarto do país ficou sem energia nos horários de pico de procura, à tarde e à noite.
Os frequentes cortes de energia têm sido causa de agitação social no país e um dos instigadores dos protestos dos últimos dois anos, incluindo os de 11 de julho de 2021, os maiores em décadas.