Turismo está a falhar nos objetivos de desenvolvimento sustentável
O líder da agência da ONU dedicada ao turismo disse hoje que o setor do turismo precisa de mais investimentos verdes, porque está a falhar na concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030.
“Estamos a ficar para trás na corrida para alcançar as metas do desenvolvimento sustentável”, alertou em Macau o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas (UNWTO, na sigla em inglês).
Na cerimónia de abertura do Fórum Global de Economia e Turismo (GTEF, na sigla em inglês), que está a decorrer até sábado, em Macau, Zurab Pololikashvili defendeu a urgência de “regressar ao caminho certo”.
O dirigente sublinhou “a importância de aumentar os investimentos verdes para fazer este setor mais sustentável do que nunca”.
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030, acordados pelos países-membros da ONU em 2000, incluem a erradicação da pobreza e da fome, redução das desigualdades, energia limpa e acessível e a ação contra as alterações climáticas.
Na mesma cerimónia, a presidente executiva do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês) foi mais longe e defendeu que “o foco da próxima década tem de ser alcançar emissões zero e proteger a biodiversidade”.
Julia Simpson lembrou que a intensidade de produção de emissões de carbono no setor já está a diminuir. “É algo positivo e importante, mas não é suficiente”, disse, sublinhando que “as viagens internacionais continuem extremamente dependentes dos combustíveis fósseis”.
A dirigente disse que aviões movidos por energias renováveis ainda vão demorar a chegar e apontou os biocombustíveis como “a única solução a curto prazo para a indústria de aviação e as viagens de turismo”.
Simpson apelou a todos os países para realizarem estudos sobre a possibilidade de “multiplicar a produção de biocombustível sustentável para a aviação” nos próximos dez anos.
Na mesma cerimónia, o ministro da Cultura e Turismo da China, Hu Heping, sublinhou que “a proteção ambiental tem de ser uma pré-condição para o desenvolvimento” da indústria do turismo.
A China, que seguia a política ‘zero covid’, anunciou em meados de dezembro, depois de quase três anos, o cancelamento gradual da maioria das restrições, que incluíam a imposição de quarentenas à chegada ao país.
Em resultado, o turismo “tem estado a recuperar, a criar empregos de forma transversal em vários setores e a dar um importante apoio ao crescimento económico”, disse Hu.
O ministro defendeu que, embora o acesso ao turismo seja “um importante critério para avaliar a qualidade de vida” da população, o setor tem de também melhorar a vida da população local.
“Temos de levar em consideração a capacidade ecológica, os esforços necessários para restaurar a natureza e a capacidade de desenvolver o turismo verde”, disse Hu.