As pessoas em crise dão-se melhor com os seus animais de estimação



As evidências mostram que os serviços de apoio a pessoas e animais de estimação devem ser integrados para evitar que as pessoas tenham de abandonar os seus animais de estimação em tempos de crise. Manter os animais de estimação resulta frequentemente em melhores resultados em termos de saúde, tanto para o dono como para o animal.

Sonya McDowall, uma estudante de doutoramento que apresenta a sua investigação na Big Hairy People & Pets Summit and Workshops na Gold Coast, de 10 a 14 de outubro, quer que os decisores políticos compreendam os resultados positivos documentados quando os serviços de apoio humano trabalham com os serviços de apoio animal.

“É rentável para a comunidade e as pessoas ficam mais saudáveis se puderem ficar com os seus animais durante um período de crise”, afirmou Sonya McDowall, acrescentando que “os fatores sociais, físicos e económicos que afetam a saúde humana podem facilmente ser transferidos para os animais de estimação e de companhia.”

O comunicado divulgado pela Universidade La Trob destaca estatísticas como, na Austrália, o retorno social do investimento em programas de apoio a pessoas em situação de crise para ajudar a manter o seu animal de companhia ser de 8,21 dólares por cada dólar investido e  como, mesmo antes da crise do custo de vida e do mercado de arrendamento, um estudo realizado nos Estados Unidos revelar que entre 35,1% e 42,1% dos participantes renunciaram ao seu animal de estimação devido à mudança de casa, uma vez que o senhorio não permitia animais de estimação.

Além disso, estudos demonstraram que entre 26% e 71% das mulheres guardiãs de animais de companhia vítimas de violência familiar referiram que o agressor tinha ferido gravemente ou matado o animal de companhia e, segundo um estudo exploratório sobre violência doméstica, 48% dos sobreviventes de violência doméstica hesitam em fugir do seu ambiente de violência doméstica devido ao facto de estarem preocupados com o que possa acontecer ao animal de estimação da família.

Também segundo um estudo intitulado “Animais e pessoas vítimas de violência doméstica e familiar”, 18 – 48% dos sobreviventes de violência doméstica adiaram a entrada numa casa de abrigo devido a preocupações com o bem-estar do animal de estimação que tiveram de deixar para trás.

Já o relatório sobre a fome de 2022 do Foodbank Australia salientou que mais de meio milhão de pessoas na Austrália estão a lutar contra o custo da alimentação; desta população, 67% têm animais de estimação. Isto resultou num desafio para os donos de animais de estimação, tendo os estudos relatado que entre 30 e 50 por cento dos participantes identificaram que o acesso a alimentos de baixo custo ou gratuitos para animais de estimação os teria impedido de abandonar o seu animal de estimação.





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