Porque é que os cães roem tanto – e devemos permitir?
Os cachorros e os cães adultos mastigam. Muito – e não apenas quando estão a comer. Embora isto enlouqueça alguns donos, os cientistas veterinários suspeitam que deve haver razões funcionais para o seu “melhor amigo” roer ossos, paus, sapatos, mobília, a sua mão. Mas a ciência tem ignorado em grande medida as razões para tal.
Para o descobrir, o Professor Paul McGreevy, da Sydney School of Veterinary Science, está a liderar um estudo para explorar o significado funcional do roer (e mastigar) nos cães domésticos.
Ele quer saber do público proprietário de cães o que é que eles dão aos seus animais de estimação para mastigar.
Segundo o Professor McGreevy, citado em comunicado, “roer é um elemento comum do repertório comportamental canino, sendo que os cães selvagens passam muito mais tempo a roer do que a caçar. Assim, é provável que a influência do roer no bem-estar dos cães domésticos seja muito significativa”.
“À primeira vista, temos a sensação de que esta atividade mantém os dentes do cão limpos. Mas, apesar da importância que os cães atribuem à roedura, esta atividade tem sido largamente ignorada pela ciência”, sublinha.
Na medicina veterinária comportamental, o ato de roer está associado à angústia e à ansiedade, como parte de um comportamento destrutivo que pode ocorrer quando os cães são deixados sozinhos ou estão confinados, independentemente da presença dos donos.
“Roer pode ter potencial como indicador de problemas de bem-estar”, afirmou o Professor McGreevy.
“Além disso, roer os objetos errados pode causar lesões físicas nos dentes ou nas gengivas e pode resultar na ingestão de corpos estranhos se os cães roerem objetos inadequados, como pedras, paus e tecidos”, acrescentou.
A compreensão do significado da mastigação pode levar ao desenvolvimento de novas técnicas para ajudar os cães ansiosos.
“Aqui no Chew HQ, como nos designamos informalmente, estamos a pedir aos donos que nos informem sobre os tipos de objetos mastigáveis que dão aos seus cães para mastigarem, rasgarem e roerem”, explica, acrescentando que “queremos saber com que frequência os cães recebem estas guloseimas e como se comportam antes e depois. Também estamos interessados no estado dos dentes dos cães e no seu funcionamento intestinal”.
Os donos de cães podem preencher o inquérito nesta ligação.