Processo para azeite com Indicação Geográfica Protegida Douro está a ser finalizado
O caderno de especificações para a criação de uma Indicação Geográfica Protegida (IGP) para o azeite do Douro está a ser finalizado para ser remetido ao Ministério da Agricultura e à Comissão Europeia, disse ontem um dos responsáveis do projeto.
“Acredito que em 2025 já vamos consumir azeites IGP Douro”, afirmou à agência Lusa Francisco Pavão, da Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APITAD).
A APITAD e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) realizaram nos últimos anos um trabalho de estudo e de caracterização dos azeites do Douro com vista à sua valorização.
O projeto envolve ainda o Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Douro (CEPAD), constituído em 2019 com objetivo de avançar com o processo de certificação do azeite produzido neste território. O CEPAD junta autarquias, associações, cooperativas e empresas.
No terreno foi feita a recolha de amostras de azeite em vários locais do Douro e, neste momento, está a ser finalizado o caderno de especificações que será remetido para as autoridades nacionais e, depois, para Bruxelas, para validação e criação da IGP.
“Temos todo o trabalho técnico feito, estamos só a fechar alguma questão da validação do processo técnico de amostragem”, explicou o responsável.
Francisco Pavão defendeu que é fundamental avançar com esta IGP para “proteger, promover e valorizar o azeite deste território que é o Douro”.
“O Douro é Património da Humanidade não é só pela vinha, é pelo contexto. É a vinha, o olival, o amendoal e o figueiral. O que nós queremos é valorizar um produto tradicional de um território que foi esquecido, mas que é parte integrante da memória e da paisagem do Douro, que é importante que seja preservado e potenciado”, salientou.
E, para preservar e potenciar esse produto, o responsável disse que é preciso promover a qualidade, lembrando que “obviamente na IGP só poderá entrar azeite de muita qualidade”.
Disse ainda que o resultado dessa promoção e valorização deve ser aplicado na “preservação dos olivais existentes e também em novas plantações”.
Os primeiros passos para a criação de uma IGP foram dados já em 2017 e, numa reunião realizada nesse ano, em Tabuaço, autarquias, olivicultores e associações do setor defenderam que a certificação do azeite do Douro é importante para criar valor acrescentado na marca, no produto e em quem o produz.
A Indicação Geográfica Protegida é uma designação regulamentada pela União Europeia que visa proteger os nomes de produtos específicos, de modo a promover as suas características únicas associadas à sua origem geográfica e a modos de produção tradicionais.