ENTREVISTA: EUA reconhecem empenho de Moçambique para preservar ambiente e estudam apoio
O administrador da Agência de Proteção Ambiental (EPA) do Governo norte-americano, Michael S. Regan, reconheceu hoje o empenho de Moçambique na preservação ambiental, motivo que pelo qual a instituição vai estudar um apoio ao país.
“Vamos prosseguir com isso. Há uma série de conversas que estamos a ter através da USAID [Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional], da embaixada dos EUA aqui e da EPA, para pensar como podemos fornecer recursos, quer sejam intelectuais ou dólares, para ajudar a alimentar este entusiasmo que estamos a ver aqui no terreno, em Moçambique”, disse Michael S. Regan, em entrevista à Lusa, em Maputo.
No segundo e último dia de visita à capital moçambicana, antes de partir para o Gana, o responsável, equivalente a ministro do Ambiente na administração norte-americana, conheceu de perto um projeto de proteção e recuperação de mangais na praia do Bairro dos Pescadores, arredores de Maputo.
“Aqui em Moçambique queremos prestar assistência técnica aos aspetos mineiros de modo a não degradar o ambiente enquanto procuramos um futuro mais limpo para todos”, exemplificou também.
Entre outros minérios, Moçambique é um dos países que fornece grafite para a produção de baterias para viaturas elétricas.
O país é também um dos mais ameaçados pelas alterações climáticas, com períodos de ciclones e secas severas regulares, quadro a que a EPA está atenta e sobre o qual pretende apoiar Moçambique.
“Sim, sem dúvida. Temos muitos conhecimentos técnicos que podemos fornecer em termos de erosão das praias, procurando mitigar os poluentes climáticos como o metano, mas também, enquanto sociedade global, quando começamos a procurar energias limpas, reconhecemos que existem alguns minerais essenciais que são necessários para essa cadeia de abastecimento”, apontou o administrador da EPA.
A missão do administrador Regan nos dois países africanos responde ao “apelo” do Presidente Biden para ação na Cimeira de Líderes EUA – África de 2022, “para expandir parcerias substantivas e significativas com países, instituições e pessoas em todo o continente”, explicou anteriormente a EPA.
“Esta primeira etapa da viagem tem sido simplesmente fantástica. Encontrarmo-nos com os líderes, o compromisso com a energia limpa, a economia circular e a reciclagem, a forma como o Governo está a envolver os jovens para criar um movimento, tem sido realmente fascinante”, reconheceu o administrador, que se reuniu igualmente com o executivo moçambicano, na segunda-feira.
“Discutimos parcerias formais para ajudar os nossos jovens, de ambos os países, a usarem as melhores práticas em termos de partilha de conhecimentos especializados e técnicos. Também temos conhecimentos técnicos que podemos trazer para algumas das questões relacionadas com o clima”, acrescentou.
Defendeu igualmente que “há muitas oportunidades para pensar no emprego, no desenvolvimento económico e nos trabalhadores” ao “pensar na reciclagem numa economia circular”.
Por isso, o objetivo é “partilhar algumas ideias para ajudar os dois países a ultrapassar a poluição”, destacou, também sobre a visita que se segue ao Gana.
“Resiliência”, contou ainda, é a imagem que leva da visita a Maputo: “Envolvi-me com as belas pessoas de Moçambique que estão profundamente empenhadas na preservação do seu ecossistema”.
“E agora o Gana. Queremos continuar a demonstrar que a visão do Presidente [dos EUA] para uma parceria muito forte é séria e que a EPA está a fazer a sua parte”, concluiu.