Órix-de-cimitarra com estatuto de ameaça aliviado
O órix-de-cimitarra passou a estar em perigo de extinção, depois de mais de 20 anos considerado extinto na natureza pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
Este estatuto de ameaça aliviado da nova lista vermelha é o resultado de um esforço de conservação global que envolve o Jardim Zoológico de Lisboa.
Classificado em 2000 com o estatuto de ‘Extinto na Natureza’, esta espécie nativa dos desertos e estepes semiáridas do Egipto, Burkina Faso, Líbia, Mali, Mauritânia e Marrocos, quase desaparecida devido à intensificação da caça furtiva e de secas extremas, viu o estatuto de reavaliado como ‘Em Perigo’ na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), divulgada em dezembro.
No caso do órix-de-cimitarra, o Jardim Zoológico contribuiu diretamente para o programa de reintrodução na Tunísia, através do estabelecimento de uma população saudável e sustentável sob cuidados humanos, disponibilização de animais geneticamente importantes para reintrodução em caso de falha da população original, e meios financeiros para apoiar as translocações.
“A nossa cria de órix, que tem agora um ano, vai ser estudada, para ser recomendado para que zoo devia ir para ter uma descendência saudável”, explicou à Lusa a veterinário responsável no Zoo de Lisboa pelos projetos de conservação, Rafaela Fiúza.
Para tentar recuperar a espécie, vários animais têm sido libertados em zonas vedadas em quatro áreas protegidas na Tunísia e numa no Senegal, e numa enorme reserva no Chade, como parte de programas de reintrodução da espécie.
“Salvar espécies da extinção é uma das missões dos zoos. Trabalhamos em rede 75 espécies ameaçadas. O órix é uma das espécies sobre as quais contribuímos com o nosso conhecimento e experiência de maneio e reprodução”, disse a veterinária.
O Órix-de-cimitarra é um antílope ruminante, caracterizado pelos longos cornos curvados para trás, que podem ir até 1,20 metros de comprimento.