Secas abrem caminho à proliferação de plantas invasoras após incêndios



O aumento da frequência e intensidade de fenómenos de seca e de incêndios é um dos grandes reflexos das alterações climáticas. Um planeta mais quente provoca alterações na precipitação e reduz o teor de humidade no ar, criando condições favoráveis à deflagração de fogos.

Agora, os cientistas encontraram uma relação entre as secas, os incêndios e a proliferação de espécies vegetais invasoras.

Num artigo divulgado recentemente na publicação ‘Ecology’, biólogos da Universidade da Califórnia dizem que as secas, ao dificultarem o crescimento de plantas, reduzem a intensidade dos incêndios. Isso, por sua vez, parece deixar os solos expostos à conquista de espécies de plantas não-nativas, que conseguem mais facilmente adaptar-se e singrar num ambiente mais seco e, assim, ocupar os nichos ecológicos de espécies endémicas.

Os resultados surgem de uma investigação realizada no sul da Califórnia (Estados Unidos da América), num ecossistema costeiro dominado sobretudo por sálvia. Com base em experiências, os cientistas perceberam que, nesse local, após um incêndio, a vegetação nativa voltaria a brotar e a dominar desde que houvesse água em abundância suficiente. Contudo, caso o cenário fosse de seca, as plantas nativas não conseguiam recuperar e eram substituídas por espécies invasoras, mais bem adaptadas para sobreviverem e singrarem em ambientes com pouca água.

Além disso, os investigadores avisam que queimadas controladas, que podem ser usadas para eliminar vegetação indesejada e para reduzir a quantidade de combustível, não devem ser aplicadas nesses tipos de ecossistemas em condição de seca, pois só ajudarão à proliferação de plantas invasoras e, consequentemente, a uma transformação profunda da comunidade vegetal.





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