Lítio: Bruxelas tem que “regular abundantemente” e apoiar projetos no terreno
A Aurora Lithium, uma parceria entre a Galp e a Northvolt, considerou que Bruxelas tem que “regular abundantemente” em matéria de lítio e apoiar os projetos no terreno, sublinhando que a transição energética não vai ser rápida.
“Bruxelas, depois de regular abundantemente, tem que apoiar os projetos no terreno”, afirmou o presidente executivo da Aurora Lithium, Manuel de Sousa Martins, durante a conferência “Conversas Informadas sobre o lítio em Portugal”, que decorre na sede da Ordem dos Engenheiros, em Lisboa.
Setúbal foi a cidade escolhida por esta parceria estratégica para desenvolver o projeto ‘Joint venture lithium conversion facility’, que tem um investimento estimado entre 1.100 e 1.300 milhões de euros.
A Aurora Lithium quer ter, inicialmente, uma capacidade de produção anual entre 28.000 e 35.000 toneladas de hidróxido de lítio para baterias.
Com este projeto é esperada a criação de 200 postos de trabalho diretos na região e 3.000 indiretos.
“O início está projetado para 2028. Quando me juntei, a data projetada era 2025. Isto é testemunho da complexidade em termos de licenciamento e engenharia”, sublinhou Manuel de Sousa Martins.
o presidente executivo da Aurora Lithium defendeu ainda que a transição energética não vai ser rápida, nem resolver todos os problemas em matéria de transportes, notando que é necessário eletrificar.
“A transição vai ser lenta e penosa. Não há aqui nenhuma bala de prata. É preciso haver vontade política, licenciamento mais ágil e algum programa de incentivos. Vemos o programa dos Estados Unidos, a China com os seus cheques chorudos e a Europa não pode ficar parada legislando”, rematou.
Por sua vez, Humberto Costa Leite da Almina, empresa mineira portuguesa, com base em Aljustrel, defendeu ser necessário acelerar o licenciamento para a abertura de minas na Europa, notando que apesar de existirem esforços nesse sentido, ainda “não se vê” nada em concreto.
“Na Europa, é normal uma mina demorar 20 anos a abrir”, exemplificou, precisando que nos últimos 13 anos o número de minas em Portugal ficou inalterado.