Portugal: aposta nos biocombustíveis poderá fazer disparar emissões de CO2

O plano europeu de investimento nos biocombustíveis poderá levar a um aumento muito significativo das emissões de CO2, se tivermos em conta as alterações que tal significará para os ecossistemas.

De acordo com um estudo desenvolvido pela Greenpeace, Friends of The Earth e Action Aid, esta aposta nos biocombustíveis representará a colocação nas estradas europeias, até 2020, de 26 milhões de novos automóveis.

Isto porque, segundo a Greenpeace, quando a mudança dos terrenos for tida em conta, os biocombustíveis irão emitir – indirectamente – mais 27 a 56 milhões de toneladas de gases com efeito de estufa por ano. O equivalente aos tais 26 milhões de carros nas estradas até 2020.

Em Portugal, este plano significará a colocação de 550 mil novos veículos nas estradas, ainda segundo o estudo.

Paralelamente, o investimento nos biocombustíveis nos 23 países europeus avaliados obrigará à reconversão de um terreno de 69 mil quilómetros quadrados. Para se ter uma ideia, isso representa duas vezes o tamanho da Bélgica.

“Isto irá pôr as florestas, ecossistemas naturais e comunidade mais pobres em perigo”, alerta a Greenpeace. Reino Unido, Espanha, Itália, Alemanha e França serão responsáveis por 2/3 das novas emissões.

“Os biocombustíveis não são a solução amiga do ambiente para as nossas necessidades energéticas”, concluiu Laura Sullivan, da Action Aid.

Leia as principais conclusões do estudo.

Em 2010, Portugal alcançará uma incorporação de biocombustíveis de 7%, de acordo com o secretário de Estado da Energia e Inovação, Carlos Zorrinho, ficando ainda assim longe da meta de 10%.