Organizações ambientais promovem iniciativa de proteção dos rios do sudeste de Angola



Organizações ambientais internacionais lançaram uma iniciativa para recolher dados e informação abrangentes para apoiar os planos de conservação dos rios e fontes de água do sudeste de Angola, anunciou ontem a The Nature Conservation (TNC).

Em comunicado, a TNC salienta que o objetivo dos especialistas é encontrar formas de proteger as nascentes imaculadas de alguns dos rios mais emblemáticos de África no sudeste de Angola, para manter o seu estado de conservação “em benefício da natureza e das comunidades da região”.

As origens destes rios incluem os rios Cubango-Okavango, Cuando e Zambeze, cujas bacias são reconhecidas como uma das cinco áreas de elevada biodiversidade e de natureza selvagem mais intactas do mundo.

“As suas nascentes sustentam uma rica biodiversidade, zonas húmidas vitais e proporcionam um imenso valor social e cultural”, sublinha a nota de imprensa, destacando a importância de investir em medidas de proteção e de gestão sustentável da utilização dos solos, promovendo simultaneamente atividades económicas baseadas na natureza, como o ecoturismo.

A iniciativa é liderada pela The Nature Conservancy (TNC) e pelo World Wildlife Fund for Nature (WWF), pelo Gabinete de Administração da Bacia do Rio Cunene (GABHIC) e pelo Instituto Nacional de Recursos Hídricos (INRH) e é direcionada para a proteção das fontes de água, rever as zonas dos Parques Nacionais de Mavinga e Luengue-Luiana, e exploração do estabelecimento de áreas de conservação e cogestão baseadas na comunidade.

O sudeste de Angola possui alguns dos sistemas fluviais mais significativos de África, contribuindo com cerca de 120 a 150 quilómetros cúbicos de escoamento superficial por ano, ou aproximadamente 8.000 a 10.000 metros cúbicos de água por habitante por ano.

A bacia do Cubango-Okavango, por si só, é crucial para a manutenção de uma gama diversificada de vida selvagem, realça a organização, apontando também um valor social e cultural significativo dos rios com “um potencial inexplorado para apoiar o desenvolvimento económico através de indústrias baseadas na natureza, como o ecoturismo”.

A TNC refere por outro lado que as condições nesta região estão a mudar devido a barragens e desvios de energia hidroelétrica, a desflorestação persistente e concentração crescente da atividade humana ao longo dos principais rios e cursos de água, o que pode provocar tensões nos sistemas de água doce.





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