Mineração causa perda de quase 1,4 milhões de hectares de floresta entre 2001 e 2020



A mineração cresceu em flecha desde 2000, causando a perda de quase 1,4 milhões de hectares de área florestal em todo o mundo até 2020, indica um relatório de uma organização ambientalista norte-americana divulgado hoje.

O estudo do World Resources Institute refere que quase um terço da área arrasada se encontrava em florestas tropicais antigas e que também foram afetadas áreas protegidas, assinalando que além da degradação do meio ambiente, a mineração leva ainda à deslocação de comunidades locais.

A destruição de árvores naquele período – devido à crescente procura de metais, para telemóveis ou veículos elétricos, e de minerais, como o carvão para gerar energia – libertou na atmosfera o equivalente a 36 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, uma quantidade semelhante à das emissões de combustíveis fósseis da Finlândia em 2022.

Estes números não incluem as perdas indiretas de árvores, devido à construção de infraestruturas relacionadas, como estradas de acesso e instalações de armazenamento, assinala a análise.

Os danos nas florestas tropicais são particularmente preocupantes, já que estas são das áreas mais ricas em armazenamento de carbono e em termos de biodiversidade.

A escavação ligada à atividade mineira também agrava as consequências dos desastres ambientais mais frequentes devido às alterações climáticas.

As perdas centram-se em 11 países, incluindo a lista, liderada pela Indonésia e pelo Brasil, a Rússia, Estados Unidos, Canadá, Peru, Gana, Suriname, Mianmar, Austrália e Guiana.

Em países como o Suriname, a Venezuela e o Equador, quase dois terços da área florestal destruída era utilizada por comunidades indígenas ou locais.

O relatório do World Resources Institute observa que, à medida que abrem novas minas, os mineiros podem melhorar e minimizar os seus danos ambientais.

Para tal, a mineração deve incluir as melhores tecnologias e práticas disponíveis, assim como planos de reabilitação e de vigilância ambiental, recomenda o especialista em sustentabilidade Michael Goodsite, citado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press.





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