Renováveis no Brasil recebem 4,5 vezes menos subsídios que indústria do petróleo
A indústria do petróleo e gás do Brasil recebeu do Governo 4,5 vezes mais subsídios do que os concedidos às fontes de energia renovável, disse ontem o Instituto de Estudos Socioeconómicos (Inesc).
Segundo um estudo divulgado, “para cada real investido em fontes renováveis, outros 4,52 reais são destinados a subsidiar combustíveis fósseis”.
No total, em 2023, os dados compilados pelo Inesc indicam que as subvenções concedidas pelo Executivo de Lula da Silva à indústria do petróleo e gás cifraram-se em 81,74 mil milhões de reais (13,27 mil milhões de euros), enquanto que os subsídios às fontes renováveis foram de 18,07 milhões de reais (2,93 mil milhões de euros).
Ainda assim, as subvenções concedidas pelo Executivo registaram um aumento de 3,57% em relação ao ano anterior, impulsionados pelo aumento 26,8% nos subsídios às fontes renováveis.
Para o assessor político do Inesc Cássio Cardoso Carvalho, o aumento do investimento em geração de energia a partir de fontes renováveis é um sinal positivo, mas avisou que enquanto o Governo Federal não revir os valores dados à industria petrolífera, “a transição energética segue prejudicada”.
Lula da Silva tem insistido que as duas estratégias são compatíveis, apesar das críticas recorrentes de vários ambientalistas, e compromete-se a continuar a explorar o petróleo bruto, porque “o mundo ainda não está pronto” para prescindir dos combustíveis fósseis
O Governo brasileiro quer aumentar os seus horizontes de exploração petrolífera na região conhecida como Margem Equatorial, situada a cerca de 500 quilómetros da foz do rio Amazonas, o que tem suscitado críticas de grupos ambientalistas.