Há cada vez mais fraudes na investigação científica
É no mínimo irónico que seja preciso um estudo para determinar que a fraude nas pesquisas e estudos científicos esteja a aumentar a olhos vistos, ainda que sejam raras. Mas essa é a realidade, de acordo com Arturo Casadevall, professor de microbiologia no Albert Einstein College of Medicine e principal autor do estudo, que analisou as razões das 2.047 retracções entre os vários milhões de estudos publicados em jornais científicos e mantidos numa base de dados para pesquisa médica.
Segundo Casadevall, muitas destas retracções – feitas na sequência de análises realizadas pelos pares e colegas, as chamadas peer-reviews – ocorrem por fraude ou suspeita de fraude. Este número tem subido drasticamente desde meados dos anos 70. Em 1976 existiam menos de 10 teses retiradas por fraude por cada 1 milhão de estudos publicados, comparadas com as 96 retracções por um milhão de 2007.
Os autores do estudo não têm uma explicação para este facto, de acordo com a AFP, mas especialistas dizem que as grandes expectativas criadas, hoje, pela ciência – quer pela pressão do financiamento ou atenção – podem ser a causa destas fraudes.
O estudo foi publicado ontem na Academia das Ciências dos EUA (PNAS, na sigla em Inglês).