Clima: Canadá está a ficar sem tempo para cumprir metas climáticas



O tempo está a esgotar-se para o Canadá se quiser cumprir os objetivos climáticos para 2030, alertou na quinta-feira o comissário do ambiente, sublinhando que a implementação das medidas tomadas por Otava está a ser feita “muito lentamente”.

“Os riscos aumentam todos os anos e a janela de oportunidade para reduzir as emissões e cumprir a meta do Canadá para 2030 está a fechar-se rapidamente”, frisou Jerry DeMarco, comissário do ambiente, durante a apresentação de um relatório sobre a política climática do Governo.

Durante o acordo de Paris, o Governo de Justin Trudeau comprometeu-se a reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em 40% a 45% abaixo dos níveis de 2005 até 2030.

Mas faltam apenas seis anos para o conseguir e até agora o país reduziu as suas emissões em apenas 7% até 2022, frisou o comissário.

O Canadá é também o membro do G7 (grupo dos sete países mais desenvolvidos do mundo) com menor desempenho em termos de redução de GEE, sublinhou.

“Não é tempo de desistir”, insistiu Jerry DeMarco durante uma conferência de imprensa, apelando a uma intensificação dos esforços climáticos e insistindo no facto de ainda ser possível atingir o objetivo traçado.

Em 2023, o Governo federal publicou um plano de redução de GEE que inclui 149 medidas, mas a sua implementação continua a ser insuficiente, destacou no relatório.

A auditoria de uma amostra de 20 destas medidas revelou que nove delas estavam a “progredir conforme planeado”, como os incentivos à aquisição de veículos com emissões zero, enquanto outras nove enfrentavam dificuldades e dois “obstáculos importantes”, nomeadamente a proposta de limitar as emissões do setor do petróleo e gás anunciado na segunda-feira e que foi recebido com relutância.

Em vários casos, as estimativas do Governo foram também “excessivamente otimistas”, observou ainda.

Quarto maior produtor de petróleo do mundo, o Canadá está entre os 10 maiores emissores mundiais de gases com efeito de estufa e um dos maiores emissores per capita.

No ano passado, o governo estimou que as suas reduções atingiriam apenas 36,2% até 2030.





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