República do Congo quer duplicar produção de petróleo para 500 mil barris diários
O ministro dos Hidrocarbonetos da República do Congo disse hoje que quer duplicar a produção de petróleo e gás para cerca de 500 mil barris, e vai lançar uma ronda de licenciamento de novas explorações.
“A República do Congo planeia lançar uma nova ronda de licenciamento até ao primeiro trimestre de 2025, que colocará o país no mercado”, disse Bruno Jean-Richard Itoua durante uma conferência de imprensa no âmbito da Semana Africana da Energia 2024.
De acordo com um comunicado da organização, o Congo vai também aprovar um novo enquadramento legal para a exploração de hidrocarbonetos com o objetivo de acelerar a execução dos projetos petrolíferos e gasistas no contexto de um desenvolvimento sustentável.
Para atingir o objetivo de quase duplicar a produção, de 274 mil barris diários atualmente para cerca de 500 mil nos próximos três a cinco anos, a República do Congo conta com o apoio de empresas chinesas, explicou o ministro, lembrando a criação, já este mês, pela Unite Oil & Gas e pela ARIES Energy, da Bomoko Energy, para adquirir e desenvolver ativos de hidrocarbonetos locais, para além dos investimentos de 300 milhões de dólares (282 milhões de euros) da Perenco e de 150 milhões de dólares (141 milhões de euros) da filial congolesa da China Oil Natural Gas Overseas, ambos no mês passado.
Para além da exploração, também na refinação o ministro prometeu dar passos consistentes para garantir que “os cidadãos são colocados em primeiro lugar”.
O país dispõe atualmente de uma refinaria de petróleo na cidade costeira de Pointe-Noire, com uma capacidade de um milhão de toneladas por ano, mas processa apenas 600 mil toneladas por ano, quando as necessidades do país estão estimadas em 1,2 milhões de toneladas.
A empresa chinesa Beijing Fortune Dingheng Investment está a construir uma nova refinaria e vai produzir uma gama de produtos petrolíferos refinados, incluindo gasolina para automóveis e aviação, GPL, gasóleo, lubrificantes, betume e parafina, apontou o governante, mostrando-se convicto de que “a refinaria estará operacional no próximo ano”.
Para além dos investimentos no petróleo e gás, o ministro aproveitou também para salientar as ações no domínio da sustentabilidade, apontando as iniciativas sobre a captura de carbono.
“Começámos o nosso desenvolvimento com a silvicultura e hoje esforçamo-nos por preservar estas florestas para as gerações futuras”, afirmou, referindo-se aos 23 milhões de hectares da floresta congolesa, que cobrem dois terços do território nacional e atuam como sumidouro de carbono, absorvendo 130 milhões de toneladas de carbono atualmente.