Tecnologia Bluetooth desvenda os segredos dos animais urbanos



De acordo com um novo estudo da Universidade Nacional Australiana (ANU), os telemóveis podem ser a chave para uma forma mais barata e fiável de localizar animais para fins de investigação em ecologia e conservação.

Os métodos tradicionais de localização de animais são frequentemente dispendiosos e exigem que os animais marcados estejam próximos da tecnologia de localização.

Agora, os investigadores da ANU desenvolveram um sinalizador Bluetooth leve e barato que pode fornecer atualizações regulares através da nossa rede de telemóveis em áreas utilizadas por pessoas com telemóveis ou smartwatches.

O autor principal do estudo e ecologista da ANU, Professor Associado Damien Farine, disse que o novo dispositivo Bluetooth ajuda a superar os desafios existentes quando se trata de rastreamento de animais.

“Ao aproveitar a rede global de telemóveis pessoais, estamos a utilizar os sinalizadores Bluetooth como porta de entrada para o rastreio de animais, e demonstrámos o seu potencial para estudar os movimentos, as áreas de residência e as redes sociais de animais vivos urbanos”, afirma.

“Até agora, os estudos de rastreio de animais têm enfrentado limitações tecnológicas, como os custos elevados ou a necessidade de as etiquetas permanecerem perto dos detetores, e este novo dispositivo ultrapassa essas limitações”, sublinha.

“O dispositivo funciona através de telemóveis, por isso, quando as pessoas se aproximam das aves, captam o sinal da etiqueta e os seus telemóveis carregam os dados para a nuvem. Tudo isto acontece automaticamente, sem que seja recolhida qualquer informação sobre os próprios telemóveis, apenas a identidade e a localização da etiqueta”, acrescenta.

“Os animais podem ter respostas fascinantes aos habitats urbanos, e a capacidade de os localizar de forma barata e fiável ajudará a desvendar muitos segredos da nossa vida selvagem urbana”, aponta ainda.

De acordo com os investigadores da ANU, estas balizas simples e baratas podem fornecer actualizações regulares da posição em áreas com densidade populacional média a elevada, com uma duração de bateria de um a dois anos.

“Ainda temos muito que aprender sobre a forma como os animais se adaptam e sobrevivem em habitats urbanos, mas as etiquetas que desenvolvemos são baratas, leves e não têm custos de descarregamento”, afirmou o Professor Associado Farine”, conclui.

A investigação foi publicada na revista Methods in Ecology and Evolution.





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