Greenpeace coloca destroços que mostram crise climática em frente à TotalEnergies
Ativistas da Greenpeace colocaram na segunda-feira objetos de um tornado na África do Sul em frente à sede da TotalEnergies, em Paris, exigindo a tributação dos gigantes do petróleo e do gás em benefício do fundo para desastres climáticos.
Esta ação faz parte de uma série de eventos coordenados em todo o mundo, no momento em que a COP29 sobre o clima entra na sua segunda semana em Baku (Azerbaijão).
Os ativistas da Greenpeace despejaram objetos pessoais enlameados das vítimas de um tornado na África do Sul, mostrando também uma faixa que dizia “os vossos lucros são as nossas perdas”.
Esta ação teve como objetivo sublinhar a “responsabilidade das indústrias fósseis no aquecimento global”, realçou à agência France-Presse (AFP) Sarah Cleaver, gestora de campanhas da Greenpeace França.
“A ideia é pedir aos governos que façam com que a indústria dos combustíveis fósseis pague os danos” que cria.
“A TotalEnergies respeita plenamente a liberdade de manifestação e de expressão”, mas “deplora qualquer forma de violência, seja verbal, física ou material no caso desta manhã”, destacou à AFP um porta-voz do grupo.
“Mesmo que o preço do CO2 não se aplique atualmente em todos os países onde a empresa opera, a TotalEnergies tem em conta como caso base nos seus critérios de investimento um preço mínimo de CO2 de 100 dólares por tonelada”, explicou a mesma fonte.
De acordo com um estudo da Greenpeace e da Stamp Out Poverty, a tributação que defendem das sete maiores empresas de petróleo e gás (ExxonMobil, Shell, Chevron, TotalEnergies, BP, Equinor, ENI) poderá aumentar consideravelmente o fundo da ONU para desastres climáticos.
A instituição de um imposto de cinco dólares – que aumentaria a cada ano neste montante, para além da inflação – por tonelada de CO2 equivalente emitido pelo petróleo e gás extraído por estas empresas, permitiria arrecadar até 2030 cerca de 900 mil milhões de dólares (850 mil milhões de euros) para o fundo de perdas e danos da ONU, de acordo o estudo divulgado na segunda-feira.
“Esta é fundamentalmente uma questão de justiça climática e é tempo de transferir o fardo financeiro da crise climática das vítimas para os poluidores que estão por trás dela”, apontou Abdoulaye Diallo, que colidera a campanha Internacional da Greenpeace “Parem de perfurar, comecem a pagar”.
Segundo a ONU, as promessas de donativos de vários países ao fundo de perdas e danos, criado em 2022, ascendem a 700 milhões de dólares (661 milhões de euros).