Região de Coimbra quer preparar população para eventos climáticos extremos
A segunda edição do projeto ClimAgir, promovido pela comunidade intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra e hoje apresentado, quer preparar a população para eventos climáticos extremos, bem como antecipar o impacto destes em vários setores económicos.
Intitulado +ClimAgir, o novo projeto hoje apresentado durante o 3.º Congresso Adaptação às Alterações Climáticas, realizado na Figueira da Foz, tem como objetivo geral “sensibilizar as populações, com grande enfoque na população escolar, para as alterações climáticas e medidas de mitigação e adaptação”, disse o secretário executivo da comunidade, Jorge Brito.
Nos próximos meses, adiantou, decorrerá um conjunto de seminários científicos, mas também ações em escolas e nos 19 municípios daquela comunidade intermunicipal, acompanhadas de outras de promoção da floresta autóctone.
Nas escolas, durante o atual ano letivo, e nos municípios, as iniciativas incidirão sobre “comportamentos que se têm de adotar de preparação para eventos climáticos extremos”, vincou Jorge Brito.
“É essencial esta pedagogia, pelas coisas que vimos [nas chuvas torrenciais] em Valência, mas que também sentimos no nosso território, com a tempestade Leslie (em 2018), uma depressão subtropical com impactos nos setores do turismo e da indústria. Só temos a ganhar com ações precoces e também ações educativas sobre os impactos das alterações climáticas”, acrescentou.
Durante a sessão de abertura do congresso, o presidente da Região de Coimbra e da Câmara de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, defendeu um debate sobre a forma como as populações “devem reagir aos fenómenos que se avizinham em face das alterações climáticas”.
“Aquilo que aconteceu em Espanha, em Valência, é sintomático disso mesmo. As pessoas não estão preparadas, não têm nos seus hábitos, no seu quotidiano, as fórmulas corretas para reagir a este tipo de eventos”, avisou Emílio Torrão.
Precisou, deste modo, que o +ClimAgir pretende “estimular a mudança de comportamentos e práticas e contribuir para uma região mais adaptada e resiliente face aos desafios climáticos”.
“Há coisas tão simples, como não se preocuparem com o seu património, mas sim com a sua vida e [sobre] a forma como devem reagir e se protegerem, esse tipo de comunicação tem de ser afinado, temos de ter a preocupação de sensibilizar as pessoas para esta realidade”, argumentou o presidente da CIM Região de Coimbra.
Durante a sessão foram ainda apresentados dados sobre a primeira edição do ClimAgir, que decorreu ao longo de três anos e promoveu 68 ações, avaliando vulnerabilidades e informando sobre medidas a tomar face às alterações climáticas, tendo alcançado quase 30 mil pessoas.