Tecnologia Verde: passageira ou definitiva?



A crescente preocupação com as alterações climáticas e a necessidade de um desenvolvimento sustentável impulsionam a adoção de tecnologias verdes no setor digital.

Esta tendência, que alia inovação tecnológica à responsabilidade ambiental, ganha força em Portugal, com várias empresas e iniciativas a integrarem práticas sustentáveis nos seus modelos de negócio.

O que é a tecnologia digital verde?

A tecnologia digital verde refere-se ao desenvolvimento e utilização de soluções tecnológicas que minimizam o impacto ambiental. Isto inclui a criação de software eficiente em termos energéticos, a utilização de hardware produzido de forma sustentável e a implementação de práticas que reduzam a pegada de carbono das operações digitais.

O objetivo é promover uma economia digital que seja simultaneamente inovadora e ecologicamente responsável.

Iniciativas e compromissos em Portugal

Portugal tem demonstrado um compromisso significativo com a integração da sustentabilidade no setor tecnológico.

Em 2020, o país associou-se ao movimento internacional “Digital With Purpose”, que une sustentabilidade e tecnologia, visando capacitar diversos setores económicos, como energia, transportes, agricultura, educação, saúde e administração pública, para criar mais valor de negócio através da tecnologia digital, alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030.

Além disso, o governo português lançou medidas para apoiar startups que desenvolvam modelos de negócio digitais e ambientalmente responsáveis.

Este apoio, atribuído por meio de “vouchers digitais e verdes”, visa incentivar a criação de soluções tecnológicas que promovam a eficiência na utilização de recursos e a economia circular.

Empresas portuguesas a liderar pelo exemplo

Várias empresas portuguesas têm adotado práticas digitais sustentáveis, contribuindo para a consolidação da tecnologia verde no país.

A GENCORK, por exemplo, transforma cortiça em revestimentos de parede inovadores e sustentáveis, combinando materiais naturais com tecnologia de ponta para criar padrões únicos e funcionais.

Outra iniciativa notável é a da empresa portuguesa Galp, que implementou um sistema de carregamento para veículos elétricos integrado em postes de iluminação pública.

Esta solução inovadora aproveita a infraestrutura existente, reduzindo custos e tempos de instalação, além de minimizar o impacto nas vias públicas.

Desafios e oportunidades

Apesar dos avanços, a implementação de tecnologias digitais verdes enfrenta desafios significativos.

A necessidade de investimentos iniciais elevados, a resistência à mudança por parte de algumas organizações e a falta de regulamentações específicas podem dificultar a adoção generalizada destas práticas.

No entanto, as oportunidades são vastas. A transição para tecnologias verdes pode resultar em economias de custos a longo prazo, melhoria da reputação corporativa e acesso a novos mercados.

Além disso, consumidores estão cada vez mais conscientes e valorizam marcas que demonstram um compromisso real com a sustentabilidade.

Um estudo recente indica que os consumidores online regulares consideram que as marcas devem ser ambientalmente responsáveis, influenciando as suas decisões de compra.

O futuro da tecnologia verde em Portugal

A tendência aponta para uma integração crescente de práticas sustentáveis no setor tecnológico português. Com o apoio governamental e a crescente consciência ambiental por parte das empresas e consumidores, é provável que a tecnologia digital verde se torne uma componente central da economia nacional.

Iniciativas como a adesão de Portugal ao projeto Wipo Green, que promove o intercâmbio entre empresas tecnológicas e parceiros interessados em comercializar ou licenciar tecnologias verdes, reforçam o compromisso do país com a sustentabilidade e a inovação.

E lá fora?

Tal como em Portugal, muitos setores são que seguem este pensamento mais sustentável no que toca ao digital. Um dos exemplos é o setor do entretenimento online.

Plataformas como a Netflix implementaram servidores mais eficientes para reduzir o consumo energético, enquanto empresas de videojogos, como a Microsoft, anunciaram planos para serem neutras em carbono até 2030.

Outro exemplo é o Spotify, que utiliza data centers com energia renovável para minimizar a pegada de carbono do streaming de música, um dos segmentos mais utilizados globalmente pelos consumidores de entretenimento digital.

E no setor dos casinos online, por exemplo, a PokerStars aposta numa plataforma online constantemente atualizada, no que toca a software, de forma a reduzir o espaço necessário de armazenamento de dados. A plataforma engloba os conteúdos necessários para aprender a jogar poker, quais as regras e estratégias da modalidade, e ainda permite participar em torneios de nível profissional, principalmente, de Texas Hold’em, a variante mais popular de poker.

Estas iniciativas mostram que a sustentabilidade digital torna-se uma prioridade global, destacando o potencial do setor para liderar pelo exemplo na transição para práticas mais verdes.

Com efeito, a tecnologia digital verde em Portugal, e não só, evolui de uma tendência emergente para uma realidade consolidada.

Com o envolvimento de diversos setores e o apoio de políticas públicas, o país posiciona-se como um exemplo na adoção de práticas tecnológicas sustentáveis.

Embora desafios persistam, o caminho para uma economia digital verde parece ser não apenas uma possibilidade, mas uma necessidade imperativa para garantir um futuro sustentável.





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