Fumar no carro cria taxa de poluição três vezes maior do que o limite da OMS
Fumar no carro cria uma taxa de poluição três vezes superior ao nível máximo estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para um ambiente atmosférico interno com qualidade. Esta situação agrava-se com a presença de uma criança no veículo, uma vez que este nível é altamente prejudicial à saúde dos mais novos, apresentando um risco para doenças como asma e outras complicações respiratórias.
De acordo com um estudo publicado ontem por investigadores da Universidade de Aberdeen, Escócia, na revista Tobacco Control, os veículos dos fumadores têm um nível de concentração de poluentes dez vezes maior que o veículo de um não-fumador (isto, claro, se partimos do pressuposto que o fumador acende o cigarro no seu carro).
“As crianças são mais expostas ao risco porque têm uma frequência respiratória mais rápida e um sistema imunológico menos desenvolvido, além de que não se podem distanciar da fonte (de tabagismo), estejam num carro ou em casa”, explica Sean Semple, o coordenador do estudo.
Leia o estudo.
A pesquisa mediu a taxa de poluição por particulados de 83 carros durante um percurso de 27 minutos — desses veículos, 49 pertenciam a fumadores. O material particulado consiste num conjunto de poluentes provenientes “das poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho”, de acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Algumas das principais fontes dos particulados são veículos automóveis, processos industriais e poeira do sol.
A equipa observou que, nos trajectos de fumadores, a taxa de particulados alcançou uma média de 85 microgramas/m3, dez vezes superior ao nível observado nos trajetos de não fumadores (7,4 µg/m3 em média). O limite de concentração de particulados estabelecido pela OMS é de 25 µg/m3.