Pantanal brasileiro pode perder 99% das áreas adequadas para anfíbios até 2100



O Pantanal, bioma brasileiro e maior planície inundável do mundo, pode perder 99% das áreas adequadas para a vida de anfíbios até ao fim do século, de acordo com investigadores do Brasil e da Suíça.

Num artigo chamado “Mudanças climáticas ameaçam anfíbios e a representação de espécies em áreas protegidas em zonas húmidas tropicais”, publicado no Journal of Applied Ecology, os cientistas projetaram que até 2100 mais de 80% das espécies de anfíbios do Pantanal perderão habitat adequado, com 99% dos conjuntos de anfíbios a enfrentar perda de espécies causada pelo clima.

“Nossas descobertas revelam os amplos impactos das mudanças climáticas em um grande grupo semiaquático na maior área húmida tropical do mundo”, apontaram os investigadores na publicação.

A projeção considerou dois cenários de mudanças climáticas, seguindo as projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

No otimista, as emissões de gases de efeito estufa seguiriam as mesmas do presente, o que acarretaria um aumento de 2 graus celsius na temperatura média global até 2100. No pessimista, com um aumento das emissões, a subida seria de 4 graus celsius.

Foram utilizados mais de 4 mil registos de ocorrência das 74 espécies de anfíbios conhecidas da bacia do Alto Paraguai, que além do Pantanal, no Brasil, inclui partes do Paraguai e da Bolívia.

Para tentar mitigar o problema, os cientistas defenderam a criação de novas unidades de conservação na bacia do Alto Paraguai, em locais que serão mais adequados no futuro para anfíbios que são altamente dependentes da humidade.

“As unidades de conservação de proteção integral atualmente protegem muito pouco as espécies de anfíbios do Pantanal, a maior planície inundável do mundo. É preciso expandir as áreas protegidas, considerando o cenário de um futuro mais quente e seco”, frisou Mario Ribeiro Moura, coordenador do estudo citado num comunicado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Em 2022, como estratégia para travar a extinção de espécies, a Convenção da Biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU) recomendou que 30% da superfície terrestre fosse coberta por áreas protegidas até 2030.

Atualmente, esse índice é de 17%, e engloba tanto unidades de conservação como terras indígenas.

Além de aumentar as áreas de conservação, os cientistas avaliaram que para manter o habitat dos anfíbios no Pantanal é preciso também criar formas de diminuir os impactos de práticas agropecuárias inadequadas e promover a restauração de ecossistemas aquáticos.

“Enquanto o Acordo de Paris previa conter o aumento da temperatura global em 1,5°C até o fim do século, já experimentamos esse patamar em 2024. A mudança no modelo económico, atualmente baseado em consumo de combustíveis fósseis, precisa ser radical para mitigar os impactos da catástrofe climática sobre a biodiversidade e a sociedade”, concluiu Moura.

Num artigo chamado “Mudanças climáticas ameaçam anfíbios e a representação de espécies em áreas protegidas em zonas húmidas tropicais”, publicado no Journal of Applied Ecology, os cientistas projetaram que até 2100 mais de 80% das espécies de anfíbios do Pantanal perderão habitat adequado, com 99% dos conjuntos de anfíbios a enfrentar perda de espécies causada pelo clima.

“Nossas descobertas revelam os amplos impactos das mudanças climáticas em um grande grupo semiaquático na maior área húmida tropical do mundo”, apontaram os investigadores na publicação.

A projeção considerou dois cenários de mudanças climáticas, seguindo as projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

No otimista, as emissões de gases de efeito estufa seguiriam as mesmas do presente, o que acarretaria um aumento de 2 graus celsius na temperatura média global até 2100. No pessimista, com um aumento das emissões, a subida seria de 4 graus celsius.

Foram utilizados mais de 4 mil registos de ocorrência das 74 espécies de anfíbios conhecidas da bacia do Alto Paraguai, que além do Pantanal, no Brasil, inclui partes do Paraguai e da Bolívia.

Para tentar mitigar o problema, os cientistas defenderam a criação de novas unidades de conservação na bacia do Alto Paraguai, em locais que serão mais adequados no futuro para anfíbios que são altamente dependentes da humidade.

“As unidades de conservação de proteção integral atualmente protegem muito pouco as espécies de anfíbios do Pantanal, a maior planície inundável do mundo. É preciso expandir as áreas protegidas, considerando o cenário de um futuro mais quente e seco”, frisou Mario Ribeiro Moura, coordenador do estudo citado num comunicado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Em 2022, como estratégia para travar a extinção de espécies, a Convenção da Biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU) recomendou que 30% da superfície terrestre fosse coberta por áreas protegidas até 2030.

Atualmente, esse índice é de 17%, e engloba tanto unidades de conservação como terras indígenas.

Além de aumentar as áreas de conservação, os cientistas avaliaram que para manter o habitat dos anfíbios no Pantanal é preciso também criar formas de diminuir os impactos de práticas agropecuárias inadequadas e promover a restauração de ecossistemas aquáticos.

“Enquanto o Acordo de Paris previa conter o aumento da temperatura global em 1,5°C até o fim do século, já experimentamos esse patamar em 2024. A mudança no modelo económico, atualmente baseado em consumo de combustíveis fósseis, precisa ser radical para mitigar os impactos da catástrofe climática sobre a biodiversidade e a sociedade”, concluiu Moura.





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