Portugueses ajudaram a limpar plástico de praia em Macuto na Venezuela

Mais de uma centena de voluntários, entre eles vários portugueses e lusodescendentes, participaram no sábado numa jornada de limpeza numa praia de Macuto (norte de Caracas), sob o lema “menos plástico, mais vida”.
Durante a jornada, promovida pela delegação da União Europeia na Venezuela (UE-VE), os voluntários, protegidos do sol com chapéus, usando luvas brancas e cinzentas, recolheram quase 400 quilos de diversos tipos e tamanhos de plásticos, que foram colocados em bolsas pretas.
“Os plásticos representam um dos maiores perigos, mas não só para a beleza da praia. […] Fazemo-lo porque a fauna marinha acaba por digerir esses plásticos. A ciência e a medicina dizem-nos hoje que nós, como seres humanos, já estamos a absorver parte destes plásticos que estão a afetar a nossa saúde e a saúde das gerações futuras, sem sabermos quantas doenças irão surgir”, explicou aos participantes a responsável da Delegação da UE na Venezuela, Maria Antónia Calvo.
A diplomata sublinhou que “é importante alcançar o objetivo” de reduzir os plásticos e explicou que nos últimos sete anos a UE tem realizado ações em 53 países, entre eles a Venezuela.
“Se não fizermos nada, no ano 2040 haverá 37 milhões de toneladas de plástico nas praias [do planeta] e nos nossos oceanos. Imaginem o desastre ecológico, o desastre para os meios de subsistência das pessoas que vivem do mar e o desastre para a saúde da humanidade”, disse.
Em declarações à Lusa, Calvo afirmou que a União Europeia é líder na proibição dos plásticos de utilização única, na promoção da reciclagem, da recolha seletiva e também da reutilização de materiais plásticos.
Por outro lado, o adido político da embaixada de Portugal em Caracas explicou à Lusa que as limpezas de praia são uma forma de sensibilizar as pessoas para terem mais cuidado na praia, para não deitarem fora o seu lixo, para o levarem consigo e porem nos respetivos contentores.
“Porque o que fica na praia entra no mar, entra no ecossistema e eventualmente vai chegar a nós, porque nós vamos comer esse peixe, essas algas. […] Não é só um problema das pessoas locais, é um problema que vai por todo o mundo. Aliás, há estudos imensos sobre o plástico nos oceanos e como isso está a afetar toda a vida marinha”, disse.
Na ação de limpeza participou também a jornalista lusodescendente Alejandra Gomes, satisfeita pela quantidade recolhida num só dia, questionando se esta ação fosse feita todos os dias o quanto seria possível ajudar o planeta.
“Pudemos ajudar muito o planeta e penso que foi uma atividade muito divertida. […] Nós, como portugueses, temos de contribuir ainda mais com este país que nos abriu as portas”, disse à Lusa.
Por outro lado, lamentou que na Venezuela existam muito poucos contentores de reciclagem.