Espécies de fungos na Lista Vermelha são já mais de mil



O número de espécies de fungos na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) ultrapassou, pela primeira vez, a marca dos mil.

Da lista constam agora 1.300 espécies, das quais pelo menos 411 estão em risco de extinção. Isso significa, diz a organização em comunicado, que as ameaças a esses seres vivos continuam a crescer, entre elas a desflorestação, a expansão agrícola e o desenvolvimento urbano.

“Os fungos são os heróis desconhecidos da Terra, constituindo a própria base dos ecossistemas saudáveis”, afirma Grethel Aguilar, diretora-geral da UICN, mas lamenta que, apesar disso, “há muito que são ignorados”.

Das espécies de fungos que enfrentam o risco de extinção, os especialistas estimam que para 279 as principais causas são o rápido crescimento de áreas agrícolas e urbanas, enquanto para 91 os efluentes agrícolas que contaminam os habitats com azote e amónia são os maiores perigos.

Ainda, para pelo menos 198 espécies de fungos que arriscam a extinção, a desflorestação para exploração madeireira, atividades de extração ilegal de madeiras e abate de florestas para a agricultura estão no topo da lista de ameaças.

Também as alterações climáticas são um perigo, com mais de 50 espécies a sofrerem grandes perdas com o aumento da temperatura e com os incêndios.

“Embora os fungos possam viver sobretudo escondidos no subsolo ou no interior de madeiras, a sua perda impacta a vida acima do solo que deles depende”, avisa Anders Dahlberg, responsável do grupo de fungos na Lista Vermelha da UICN.

“À medida que perdemos fungos, estamos a empobrecer os serviços de ecossistema e a resiliência que eles nos fornecem, desde a resistência a secas e patógenos nas culturas e nas árvores até ao armazenamento de carbono no solo”, sublinha.

Para o cientista, “as práticas florestais devem considerar os fungos”, por exemplo, não removendo madeira morta ou folhas caídas, das quais esses seres vivos se alimentam, impulsionando não só o ciclo de nutrientes e de carbono, mas também da própria vida.






Notícias relacionadas



Comentários
Loading...