Cientistas descobrem pigmentos fluorescentes nas penas do bufo-pequeno



As penas do bufo-pequeno (Asio otus) escondem mais segredos do que os olhos humanos conseguem captar, pelo menos sem ajuda tecnológica.

Uma equipa de investigadores descobriu que as penas dessa pequena ave de rapina noturna, conhecida pelos tufos plumados de cada lado da cabeça que se assemelham a orelhas, contêm pigmentos fluorescentes, apenas visíveis com a ajuda de luz ultravioleta.

Penas da parte inferior da asa de bufo-pequeno brilham sob luz ultravioleta. Foto: Chris Neri

 

Num artigo publicado na revista ‘The Wilson Journal of Ornithology’, os cientistas dizem que esses pigmentos podem variam dentro de uma mesma população e que essa variação lança pistas sobre a razão pela qual as penas dos bufos-pequenos os têm.

“Embora seja importante descrever as espécies em que estão presentes, para compreendermos a sua função temos de também descrever como [os pigmentos fluorescentes] variam dentro de uma espécie como o bufo-pequeno”, afirma Emily Griffith, da Universidade do Norte do Michigan (Estados Unidos da América) e primeira autora do estudo.

No mundo das aves, os pigmentos são usados pelos machos de muitas espécies para atrair as fêmeas, mas a equipa considera que a função dos pigmentos fluorescentes não estará necessariamente relacionada com questões sexuais.

“O nosso estudo mostra que os bufos-pequenos fêmeas têm uma concentração muito maior destes pigmentos nas suas penas”, algo que Griffith diz pôr em causa a ideia amplamente difundida de que a plumagem colorida é apanágio dos machos.

A investigação sugere que a presença e quantidade de pigmentos fluorescente não depende exclusivamente do sexo dos bufos, mas varia também consoante o tamanho e a idade do animal.

Quanto à função, essa é ainda uma questão sem resposta, com os cientistas a admitirem que são precisos estudos mais aprofundados para que se possa fazer essa determinação.

“Sabe-se muito pouco sobre os pigmentos fluorescentes nas penas das aves”, diz Griffith, pois só recentemente a tecnologia permitiu detetar a sua presença.






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