SEA LIFE Porto acolhe projeto de conservação de espécies autóctones



A partir de hoje, os visitantes do SEA LIFE Porto vão poder conhecer melhor, e bem de perto, a fauna e a flora de água doce locais, acompanhar os movimentos migratórios das aves autóctones e compreender a importância vital dos pequenos corpos de água para a absorção do carbono e para a regulação do ciclo hidrológico do nosso planeta, foi divulgado em comunicado.

Segundo a mesma fonte, o SEA LIFE Porto, em colaboração com o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e o projeto MoRePorto, com o apoio da Fundação Belmiro de Azevedo e do SEA LIFE TRUST, desenvolveu uma iniciativa pioneira de criação, observação e conservação de uma pequena massa de água na área exterior do centro que visa restaurar o equilíbrio ecológico local, proteger a biodiversidade e contribuir para um conhecimento mais alargado acerca do seu importante contributo para o equilíbrio do ambiente e do clima.

 Embora ocupem menos de 1% da superfície terrestre, os ecossistemas de água doce abrigam cerca de 6% de todas as espécies animais do planeta. No entanto, enfrentam uma ameaça crescente devido às alterações climáticas e à ação humana, como a agricultura intensiva, a extração de água ou a urbanização descontrolada, que colocam atualmente 30% das espécies destes habitats em risco de extinção. Estes impactos afetam não só a biodiversidade, mas também serviços essenciais para a humanidade.

 Neste cenário, as pequenas massas de água, como charcos, tanques e lagos, ganham uma importância acrescida. Discretas, mas indispensáveis, estas zonas húmidas atuam como refúgios de biodiversidade de água doce bem como reservatórios naturais de água que ajudam a absorver carbono e desempenham um papel essencial na regulação do ciclo da água, mitigando os efeitos das secas e das cheias. Só na Europa, estima-se que 70% das espécies aquáticas dependam diretamente destas áreas para sobreviver.

 De acordo com Rui Ferreira, Diretor Geral do SEA LIFE Porto, “É essencial mudar a perceção pública sobre o valor das pequenas massas de água. Ao restaurarmos estes habitats, estamos a contribuir não só para a sobrevivência de espécies ameaçadas, mas também para a resiliência das nossas comunidades face às alterações climáticas. A conservação destes ecossistemas é hoje reconhecida como uma prioridade global, numa altura em que a crescente pressão urbanística, a poluição e a proliferação de espécies invasoras têm levado à sua acelerada degradação. Promover e proteger as pequenas massas de água assume-se vital não apenas pela sua importância ecológica, mas também pelos benefícios que oferecem à saúde pública, educação ambiental e atividades recreativas.”.

 Segundo Elsa Froufe, Investigadora Principal do Grupo de Ecologia e Evolução Aquática do CIIMAR e coordenadora do projeto MorePorto, “a criação de novos charcos possibilitam a formação de ecossistemas de água doce que englobam uma grande diversidade de espécies. Estamos a falar de animais invertebrados, como libélulas, escaravelhos e alfaiates, animais vertebrados, como rãs, sapos, salamandras e tritões, mas também plantas de água doce, como os trevo-de-quatro-folhas e os nenúfares, algumas das quais estão em vias de extinção. Muitas destas espécies irão habitar permanentemente os charcos, outras irão ocupar os charcos sazonalmente.”

A investigadora acrescenta ainda que “indiscutivelmente, a existência de charcos é essencial para promover a biodiversidade e assegurar a continuidade de muitas espécies que dependem de água doce.”

 Esta iniciativa assume-se como uma plataforma educativa para escolas, investigadores e visitantes, promovendo a sensibilização ambiental e o envolvimento da comunidade na proteção ativa dos ecossistemas de água doce.

Para enriquecer ainda mais a experiência, estará disponível no local informação acerca de que espécies é expectável observar ao longo das diferentes estações do ano, numa verdadeira viagem pela biodiversidade local, em constante transformação.

 O novo charco e as espécies que o habitam podem ser visitados no exterior do SEA LIFE Porto de segunda a sexta-feira entre as 10h e as 18h, e ao sábado e ao domingo entre as 10h e as 19h, com a última entrada a decorrer 45 minutos antes da hora de fecho.






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