Climáximo faz novo protesto em voo Lisboa-Porto contra “bombas climáticas” que são os voos de curta distância

Ontem à tarde, o Climáximo voltou a protestar num voo de curta distância, desta vez de Lisboa ao Porto. De manhã, pelas 9h, um apoiante do coletivo já tinha protestado no voo TP 1921 Porto-Lisboa. O voo de manhã acabou por descolar meia hora depois do previsto, e o apoiante saiu da aeeronave com um apelo a que os restantes passageiros “saíssem do voo para deixarmos de consentir com esta quantidade absurda de ligações aéreas diárias entre as duas cidades”.
Agora, pelas 19h30, outro apoiante do Climáximo entrou num voo no aeroporto Humberto Delgado com destino ao Porto e recusou-se a sentar-se e a levantar voo, em novo protesto contra o que considera uma “bomba climática” que “emite toneladas de dióxido de carbono no ar do nosso país, num percurso com alternativas rodoviárias e ferroviárias com tempos e custos comparáveis”. Ao sair do avião, o apoiante do Climáximo incentivou todas as pessoas a pararem de consentir com este sistema absurdo e com os ataques contra a nossa vida, como são os voos de curta distância.
Francisco Siqueira, porta-voz, interroga: “se um voo não levantaria do chão por uma ameaça de bomba, por que é que faz sentido levantar quando a sua própria existência ameaça as vidas de tanta gente?”, e prossegue referindo que “A aviação é a forma mais rápida e injusta de queimar o planeta, mas não há sinais de redução. A quem serve tanta aviação? Não é certamente à grande maioria de pessoas que sofre com a falta de transportes públicos gratuitos de qualidade para as necessidades mais básicas, como chegar ao trabalho”.
Em comunicado, o Climáximo considera os 18 voos diários na rota Porto-Lisboa“ um ato de violência que é preciso travar imediatamente – podia parar já hoje”. Francisco Siqueira afirma ainda que “a TAP e as companhias aéreas que operam estes voos devem ser responsabilizadas pelo lançamento destas bombas de carbono. Precisamos de um sistema de transportes públicos gratuitos, eletrificados e eficazes para todas as pessoas, e não de mais aviões a cruzar o céu”.
A exatamente uma semana da ida às urnas, o coletivo refere ainda que “travar a crise climática continua a não estar na mesa de voto, visível no consentimento por parte de todos os partidos à decisão de construir um novo aeroporto em plena crise climática”.
Por isso, afirmam, “é necessário construir poder popular para travar a crise climática, pelo direito à cidade, um país habitável para todas as pessoas, transportes públicos gratuitos para o povo, a diminuição da aviação até perto de zero em 2030, e nem mais um projeto que aumente emissões – como expansão e criação de novos aeroportos”.
Neste contexto, está previsto para dia 1 de Junho, no aeroporto de Lisboa, o protesto “Parar os aviões”, com ponto de encontro às 15:00 na Alameda D. Afonso Henriques.