Alterações climáticas podem afetar qualidade do queijo, aponta estudo



Com o aumento da frequência e da intensidade das secas, fruto das alterações climáticas impulsionadas pela ação humana, a qualidade e a quantidade dos pastos que a vacas leiteiras consomem são afetadas, podendo ter reflexos nos queijos que a partir do seu leite produzimos.

De acordo com investigadores do Instituto Nacional de Investigação em Agricultura, Alimentação e Ambiente (INRAE), em França, os agricultores tentam contornar a perda de pastagens dando aos animais outros tipos de alimentos, como milho, alterando os queijos.

Isso será pelo menos verdade para um tipo de queijo em particular, o Cantal, um queijo duro e não pasteurizado originário da região de Auvergne, no centro de França, segundo estudo publicado na revista ‘Journal of Dairy Science’.

Através de um laboratório de campo instalado no Maciço Central, a maior elevação no centro-sul francês, os cientistas estudaram como vários tipos de alimentação influenciam a qualidade do leite e, consequentemente, do queijo.

Os resultados mostram que quanto maior a quantidade de pasto nas dietas dos animais, mais ricos são o leite e o queijo em ácidos gordos, como Ómega-3, que têm benefícios comprovados para a saúde humana. No que toca à qualidade, as vacas que mais se alimentam de pasto produzem queijos mais macios, mais amarelos e mais aromáticos, enquanto os queijos de animais que comem pouco ou nenhum pasto tendem a ser mais esbranquiçados, mais firmes e menos saborosos.

Por isso, concluem os cientistas que as alterações climáticas, por tornarem mais frequentes e duradouras as secas, podem mesmo afetar a qualidade do queijo, razão pela qual sugerem aos agricultores que deem às vacas, mesmo que em quantidades menores, pasto a par do milho, algo que dizem ser “crucial para evitar a deterioração excessiva da qualidade nutricional e sensorial do queijo”.






Notícias relacionadas



Comentários
Loading...