Programa de proteção do lobo-ibérico com 3,3 milhões de euros este ano



O Programa Alcateia 2025-2035, de proteção do lobo-ibérico, tem para este ano um orçamento de 3,3 milhões de euros e contempla a revisão das indemnizações por ataques de lobos a gado, aproximando-as dos valores de mercado.

Após a apresentação do programa, no Ministério do Ambiente, a ministra, Maria da Graça Carvalho, explicou que o sucesso do programa é ter financiamento assegurado e os pagamentos de indemnizações serem feitos “de forma rápida e simples”, porque antes esses pagamentos eram demorados.

E depois “foi atualizado o valor da indemnização, que tinha sido atualizado em 2016”, estando agora próximo do valor de mercado da espécie em causa, disse a ministra, acrescentando que a indicação dada ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) é a de que “tem de se fazer todo o processo rápido e pagar rápido”.

O presidente do Conselho Diretivo do ICNF, Nuno Banza, explicou aos jornalistas que os valores das indemnizações dependem da espécie e de serem jovens ou adultos e disse que a atualização, mais próxima do valor de mercado, vai entrar em vigor em breve.

Para exemplificar, o responsável explicou que eram praticadas indemnizações de por exemplo 60 ou 70 euros quando o valor de mercado do animal seria de 170 ou 180. E acrescentou: “Não acompanhamos completamente o valor do mercado, mas aproximamo-nos”.

Com o reforço da proteção do lobo, sintetizou, há um aumento do valor da indemnização ao produtor que cumpre as medidas e que perde animais por ataque de lobos, sendo que o valor “não é um convite ao abandono dos animais”, algo que também é necessário acautelar, e há um processo de verificação e de pagamento rápido.

Segundo Nuno Banza os pagamentos por ataques de lobo estão “praticamente em dia”, tendo sido aprovado recentemente um pacote de 40 mil euros de indemnizações.

A União Europeia aprovou recentemente a redução do estatuto de proteção dos lobos, tendo Portugal votado também a favor.

Maria da Graça Carvalho reafirmou que o seu voto foi de solidariedade com países que estão “com problemas muito graves com excesso de lobos”.

Tal não tem a ver com a realidade portuguesa, sendo aliás uma das condições do voto o país não ser afetado e continuar com a proteção do lobo ibérico.

Sandra Sarmento, diretora regional do ICNF Norte, que apresentou o “Programa Alcateia”, disse que em 2030 deverá ser feito um novo censos sobre o lobo em Portugal e explicou que a iniciativa hoje apresentada vai entrar em consulta pública por 45 dias úteis.

Maria da Graça Carvalho disse também que em abril, com o Governo em gestão, foi aprovada a parte financeira do Programa, para atualizar as compensações, o que demonstra, disse, a importância que o Governo dá à matéria.

“Queremos os mesmos bons resultados para o lobo que tivemos para o lince”, disse.






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