Representante da ONU pede mais apoio para São Tomé enfrentar as alterações climáticas



O subsecretário-geral da ONU Jorge Moreira da Silva afirmou hoje que “não é justo” que São Tomé e Príncipe “não tenha todo apoio necessário para enfrentar as alterações climáticas”, quando emite apenas 0,01% de gases com efeito de estufa.

“Esta é uma verdade que não pode ser ocultada. Nós temos de dizer, alto e bom som, à comunidade internacional que não é justo que países como São Tomé e Príncipe, que enfrentam esta realidade das alterações climáticas, não tenham todo o apoio que é necessário”, disse o subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) Jorge Moreira da Silva, após encontro com o Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova em São Tomé.

Jorge Moreira da Silva precisou que “São Tomé e Príncipe emite apenas 0,01% das emissões globais de gases com efeito de estufa e é um dos países que mais está a enfrentar as consequências das alterações climáticas”.

“Os pequenos estados insulares, no seu total, representam apenas 1% das emissões de gases com efeito de estufa e enfrentam 2 terços, portanto 66%, todos os danos causados pelas alterações climáticas […] e apenas recebem 4% da ajuda pública ao desenvolvimento, 2% dos fundos climáticos e 1% das finanças sustentáveis”, acrescentou.

“A comunidade internacional não pode falhar a São Tomé e Príncipe”, declarou.

Jorge Moreira da Silva que é também diretor executivo da Agência das Nações Unidas para Serviços de Projetos (UNOPS) disse que o encontro “serviu também para prestar toda a solidariedade ao povo de São Tomé e Príncipe com os desafios que enfrentam, mas também reiterar e manifestar” o apoio total e disponibilidade total com a UNOPS para encontrar “soluções práticas e concretas, com projetos concretos” que o Estado tem e que está a desenvolver “e que precisam, seguramente, de parcerias”.

O representante da ONU disse que também reuniu-se com o primeiro-ministro são-tomense, Américo Ramos e com vários membros do Governo, com os quais conversou “em detalhe sobre os desafios deste país extraordinário” onde existem oportunidades do desenvolvimento da economia azul, da economia verde, da agricultura sustentável, do turismo sustentável, do desenvolvimento da atividade cultural e artística.

“Nós sabemos que em todos estes setores existe uma dimensão imprescindível, que é o tema das infraestruturas. Não é possível desenvolver a agricultura, o turismo, a economia verde, a economia azul, as energias renováveis, desenvolver a atividade piscatória sustentável, desenvolver a produção sustentável de cacau e de café, se o tema das infraestruturas não estiver resolvido”, sublinhou.

Jorge Moreira da Silva reiterou a disponibilidade da UNOPS em ajudar São Tomé e Príncipe com “expertise técnica de engenharia para concretização de projetos em articulação com o setor privado local, com os cidadãos, com os jovens, com todos os talentos” e fazer “parceria com o Estado para desenvolver oportunidades locais de criação de emprego a partir das infraestruturas”.

O subsecretário-geral da ONU também ministrou hoje uma palestra sob o tem “Consequências das Alterações Climáticas nos Países em Desenvolvimento”,que decorreu no Centro Cultural Português em São Tomé.






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