Algarve 2030 recebe mais de 100 milhões de euros em candidaturas para reforçar a gestão da água
O Programa Regional Algarve 2030 já recebeu, até 28 de novembro, 25 candidaturas de municípios, entidades gestoras do ciclo urbano da água e da empresa Águas do Algarve, somando mais de 100 milhões de euros de investimento. Em média, 60% deste montante será financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), foi divulgado em comunicado.
Segundo a mesma fonte, nos projetos apresentados pelos municípios para redução de perdas e combate à intrusão salina, parte da componente nacional será assegurada pelo Fundo Ambiental, ao abrigo do acordo homologado pela ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho.
As candidaturas agora submetidas incluem intervenções consideradas estratégicas para a região, entre as quais a redução de perdas nas redes urbanas, a reabilitação de infraestruturas envelhecidas, a prevenção da intrusão salina, a reutilização de águas residuais tratadas para fins não potáveis e a modernização das redes de saneamento.
Com uma dotação específica de 66 milhões de euros para o domínio da água no âmbito do Algarve 2030, os municípios e a Águas do Algarve assumem esta área como prioridade, procurando reforçar a eficiência e a resiliência do ciclo urbano da água — desde a captação até à reutilização. A iniciativa acompanha as orientações europeias, que apontam para uma melhoria de 10% na eficiência hídrica até 2030.
Os investimentos propostos seguem igualmente os compromissos de resiliência climática, transição ecológica e digitalização, procurando preparar a região para responder às pressões ambientais, ao crescimento populacional e aos efeitos cada vez mais visíveis das alterações climáticas. Entre as áreas prioritárias destacam-se o aumento da eficiência dos sistemas de abastecimento e saneamento, a redução de perdas, o uso de águas residuais tratadas para fins secundários — como a rega de espaços verdes — e a implementação de sistemas inteligentes de monitorização hídrica.
Num momento em que decorre a revisão intercalar dos programas do Portugal 2030, o tema da água volta a assumir centralidade, refletindo a urgência de políticas públicas capazes de fazer face à escassez hídrica e à crescente pressão sobre os recursos da região.