Como os ciclones e secas vão ameaçar os mamíferos terrestres



Os mamíferos enfrentam um maior risco de extinção devido a aumentos previstos de condições climáticas extremas, de acordo com um artigo publicado pela Sociedade Zoológica de Londres (ZSL). Os cientistas mapearam as populações de mamíferos terrestres e combinaram esse resultado com o conhecimento dos locais no globo onde as secas e os ciclones são mais prováveis de ocorrer.

A combinação permitiu identificar as espécies que estão sob grande risco de exposição a condições meteorológicas extremas. Eric Ameca y Juárez, autor principal do artigo, diz que um terço das espécies avaliadas tem “pelo menos um quarto da sua população exposta a ciclones, secas ou à combinação de ambos”.

E completa: “Se estas espécies são conhecidas como sendo altamente susceptíveis a essas condições, isto vai levar a um aumento substancial do número de mamíferos classificados como ameaçados pela União Internacional para a Conservação da Natureza sob a categoria ‘mudança do clima e tempo severo’.”

Segundo o Daily Mail, quase seis mil espécies de mamíferos terrestres foram avaliadas neste estudo, publicado na revista Conservation Letters.

Considera-se que, em particular os primatas, nossos parentes mais próximos – e que já estão entre os mamíferos mais ameaçados do mundo –, estejam especialmente em risco. Mais de 90% dos habitats conhecidos do macaco bugio preto (Alouatta pigra) e do macaco aranha de Yucatan (Ateles geoffroyi yucatanensis) foram já sacrificados por ciclones no passado. Alguns estudos têm revelado que estes animais são capazes de se adaptar aos efeitos prejudiciais destes desastres naturais, mas sabe-se muito pouco acerca dos impactos destas mudanças extremas em outras espécies.

Em Madagáscar, populações inteiras do lémure lanoso ocidental (Avahi occidentalis) e do lémure de bambu dourado (Staphylococcus Hapalemur) foram expostas a ciclones e secas. Estas espécies ameaçadas de extinção, encontradas apenas em Madagáscar, estão também entre as mais evolutivas do mundo, ainda que não sejam muito estudadas.

Nathalie Pettorelli, investigador da ZSL, diz: “Este é o primeiro estudo deste género que olha para as espécies que estão em risco devido a fenómenos climáticos extremos”. E acrescenta: “Há uma série de factores que influenciam o modo como um animal lida com a exposição a desastres naturais. É essencial identificar as espécies em maior risco para que possamos melhor participar na gestão da conservação num momento de mudança ambiental global.”





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