United Airlines vai deixar de transportar primatas para testes laboratoriais
O grupo defensor dos direitos dos animais People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) adiantou esta semana que a companhia aérea United Airlines não vai mais transportar primatas com fim a serem usados em experiências de laboratório. A notícia foi confirmada por uma porta-voz da empresa que garantiu não mais realizarem deslocações de “primatas não-humanos” para pesquisa médica, nem nos EUA nem no resto do mundo.
O grupo PETA iniciou uma campanha para persuadir a United Airlines a proibir o transporte de primatas em 2011, quando a companhia aérea se fundiu com a Continental e adoptou políticas de transporte que permitiam que os animais fossem conduzidos como carga.
A campanha do PETA teve destaque em meios de comunicação social, bem como em manifestações públicas. O grupo pelos direitos dos animais chegou até a comprar acções da United Airlines, a fim de propor uma resolução de accionistas que interrompessem a prática.
A utilização de animais para testes médicos nos EUA é legal, desde que os laboratórios adiram aos regulamentos descritos na lei federal, chamada Lei do Bem-Estar Animal, aplicada pelo Departamento de Agricultura dos EUA.
Mas os casos de abuso de animais em testes de laboratórios têm-se registado. Em 2011, o PETA apresentou uma queixa federal contra o laboratório Shin Nippon Biomedical Laboratories, no estado de Washington, depois de um trabalhador lhes ter fornecido imagens em vídeo de macacos em angústia extrema, a serem maltratados por funcionários do laboratório.
Só em 2010, os EUA importaram mais de 21 mil primatas, de acordo com dados fornecidos para a Liga Internacional para a Protecção dos Primatas. A China é o principal fornecedor de macacos para o país.
Há pelo menos quatro companhias aéreas internacionais no mundo que ainda enviam primatas para testes laboratoriais – China Eastern Airlines, Vietnam Airlines, Philippine Airlines e Air France –, revelou o director de investigações laboratoriais do PETA, Justin Goodman, segundo o Huffington Post.