Companhias aéreas lucraram à custa da taxa europeia sobre o carbono
As companhias áreas registaram lucros inesperados de até €1.360 milhões (R$ 3.690 milhões) no ano passado, devido à taxa europeia sobre as emissões de carbono que, supostamente, lhes originaria custos insuportáveis. O resultado é de um relatório relativo ao impacto que a medida teve na indústria aérea.
A Airlines for America havia afirmado que a legislação da UE custaria mais de €2.250 milhões (R$ 6.116 milhões) até ao final da década. Mas as transportadoras realizaram €872 milhões à custa do imposto sobre o carbono, além de €486 milhões (R$ 1320 milhões) adicionais, depois de a UE ter concordado em suspender a taxa por um ano, em Novembro passado.
O relatório elaborado pela empresa de consultora holandesa CE Delft adianta que as companhias cobraram uma taxa extra aos clientes para cobrir os custos associados às emissões de carbono, aumentando o valor das passagens. O relatório avança que os preços praticados não são completamente transparentes.
Segundo o The Guardian, as companhias aéreas europeias foram as que mais lucraram com a medida – no total, €758,4 milhões. Entre as mais favorecidas estão a Lufthansa, a Air France e a British Airways. As transportadoras americanas lucraram €175,4 milhões (R$ 476,2 milhões).
A Transport and Environment defende que as companhias aéreas devem entregar os rendimentos extra ao fundo climático da ONU. “As pessoas pagaram para combater a mudança climática. Por que razão essa contribuição vai para os lucros das empresas?”, questionou Bill Hemmings, manager da organização.
A associação comercial International Air Transport Association rejeita os resultados apresentados pelo relatório.
A taxa que indignou a indústria da aviação levava as transportadoras aéreas a pagarem por cada tonelada de carbono emitida pelos seus aviões, quando voassem no espaço aéreo da UE.