Novo sistema de semáforos virtuais testado no Porto
O futuro do transporte urbano será drasticamente diferente do actual, com as bicicletas a confundirem-se com transportes colectivos mais limpos e eficientes, carros eléctricos e uma nova inteligência automóvel.
Várias marcas e empresas estão já a trabalhar em carros sem condutor, como já várias vezes revelámos no Green Savers, e outra das inovações poderá ter como pano de fundo a obsolescência dos semáforos.
De acordo com o cientista de computadores Ozan Tonguz, da Universidade Carnegie Mellon, os semáforos físicos deixarão de existir. Tonguz e seus colegas estão a desenhar um novo sistema de controlo de tráfego chamado Virtual Traffic Lights, passando os semáforos a ser virtuais – como o próprio nome indica – e colocados nos próprios automóveis. O resultado, explica o cientista, é uma circulação de tráfego optimizada que poderá reduzir em muito os congestionamentos nas cidades.
“Se conseguirmos fazer isto, isso significa uma melhor qualidade de vida para os cidadãos de Nova Iorque, Los Angeles, Boston, Atlanta e outras grandes cidades”, revelou o responsável ao The Atlantic Cities.
O sistema tem o seguinte funcionamento: quando um automóvel se acerca de um cruzamento, o carro transmite dados – como a sua localização e velocidade – aos carros mais perto. O sistema virtual processa a informação para todos os carros que circulam na mesma área, determinando o sinal de trânsito individual.
Ou seja, em vez de um semáforo verde ou vermelho numa intersecção, estamos a falar de um semáforo virtual no pára-brisas de cada automóvel.
Tonguz explica que este sistema aumenta drasticamente a segurança rodoviária, para além de reduzir os congestionamentos. Um exemplo: se o sistema não detectar automóveis vindos de uma qualquer direcção, ele mantém o semáforo verde indefinidamente. Por outro lado, numa intersecção, ele dá prioridade à maior fila de carros.
“Essencialmente, esta tecnologia permite um controlo universal de tráfego em todas as intersecções. Torna os semáforos inteligentes, uma vez que tem em consideração quantos veículos existem em cada abordagem ou cruzamento e como isso influi na duração do ciclo”, continua o responsável.
O sistema já foi experimentado, curiosamente, na cidade do Porto, tendo 16% da cobertura de sinais nas intersecções melhorado a fluidez em 60% durante a hora de ponta, num dos testes. O teste foi feito em parceria com investigadores do Instituto de Telecomunicações da Universidade do Porto. Leia os resultados da experiência.