A ave selvagem mais velha do mundo foi mãe aos 62 anos



Wisdom, uma albatroz conhecida por ser a mais antiga ave selvagem do mundo, voltou a ter uma cria, aos 62 anos. A boa forma física da ave pode contribuir para a sua fertilidade tardia. Progenitora e cria foram já avistadas no Refúgio Selvagem Midway Atoll, no Oceano Pacífico.

A Wisdom já chocou inúmeras ninhadas, sendo seguramente mãe de mais de 30 albatrozes. Mas a idade avançada parece não ser um impeditivo para ela, uma vez que continua a repetir o feito da maternidade. Os cientistas julgavam que, como acontece com outras aves, os albatrozes se tornavam inférteis no final da vida, mas afinal isso parece não ser necessariamente verdade.

A longevidade da fêmea é surpreendente. A maioria dos albatrozes morre com menos de metade da sua idade.

Estima-se que a albatroz-de-laysan já tenha voado quase cinco milhões de quilómetros desde que lhe foi colocada uma anilha em Midway Atoll, em 1956. Nessa altura, a ave teria cinco anos. De acordo com os cientistas que a acompanharam no U.S. Geological Survey (USGS), a distância percorrida pela Wisdom ao longo da vida corresponde a entre quatro a seis viagens de ida e volta da Terra à Lua, com alguns quilómetros extra.

Segundo o The Washington Post, têm sido colocadas anilhas nas patas de milhares de albatrozes-de-laysan, e outras espécies, desde 1956, ano em que os cientistas começaram a estudá-los para determinar quantos animais eram atingidos por aeronaves da marinha, danificando as máquinas e perdendo a vida.

As anilhas de identificação não são, contudo, meios totalmente fiáveis – geralmente passados 20 anos caem, antes de serem substituídas. A Wisdom já usou seis anilhas. Isto coloca a possibilidade de existirem outros albatrozes mais velhos do que os dados revelam.

Dezanove das 21 espécies existentes de albatroz estão ameaçadas de extinção, sendo que o seu declínio está directamente ligado à acção dos humanos.

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