EUA: 74% do peixe consumido nos restaurantes de sushi não é o que os clientes pensam
Enquanto a Europa lida com a fraude da carne de cavalo, os Estados Unidos foram surpreendidos com um episódio semelhante, mas tendo como pano de fundo o consumo de peixe.
De acordo com um estudo da ONG Oceana, um terço do peixe consumido nos Estados Unidos está mal rotulado, ou seja, as pessoas estão a comer peixes ou mariscos diferentes do que pensam.
Nos restaurantes de sushi, afirma a Oceana, 74% dos peixes analisados não são, realmente, o que as pessoas pensavam comer.
Os testes foram realizados entre 2010 e 2012, em 1.215 amostras de peixe de 674 lojas e restaurantes de 21 estados norte-americanos. A Oceana diz que descobriu fraude em todos os locais que testou, com as taxas a chegarem aos 52% no caso da Califórnia do Sul.
Leia o estudo.
Os Estados Unidos são o segundo maior consumidor de peixe no mundo, a seguir à China, mas 90% deste é importado. Menos de 1% é testado para combater a fraude.
Segundo a Oceana, o pargo vermelho o atum são os peixes mais “fraudulentos” dos Estados Unidos, com percentagens de 87% e 59%, respectivamente. Na verdade, apenas sete dos 120 testes de pargo vermelho eram, na verdade, pargo vermelho.
Nos restaurantes normais, 38% do peixe estava mal identificado e, nos supermercados, este número ficou-se nos 18%. Ainda assim, um número alto.
De acordo com Kimberly Warner, autor do estudo e cientista sénior da Oceana, para além de levarem os consumidores a sentirem-se “enganados”, esta troca de peixe irá afectar quem escolhe uma determinada refeição “com base em preocupações de conservação ou de saúde”.
Um exemplo: 84% dos testes de atum branco eram, na verdade, atum-escolar, uma espécie conhecida por trazer problemas digestivos a algumas pessoas.
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