Veículos para abate aumentam pela primeira vez em três anos

O número de veículos para abate aumentou 11,9% em 2012, em relação ao ano anterior, para os 56.815 carros entregues. Segundo Ricardo Furtado, director-geral da Valorcar, este número reflecte a incapacidade dos proprietários em suportarem os encargos com a manutenção e reparação dos respectivos automóveis.
Esta é, também, a primeira vez em três anos que se inverte a tendência de decréscimo de veículos para abate. “A conjuntura económica [levava os proprietários] a conservarem por mais tempo os veículos”, explicou Ricardo Furtado para argumentar o recuo de números para abate até 2012. Esta tendência atingiu o auge com o fim do Programa de Incentivo Fiscal ao Abate de Veículos em Fim de Vida, que representava 30% dos veículos entregues.
Agora, o cenário é diferente, sobretudo devido ao facto de “existirem cada vez mais proprietários que enviam o seu veículo para abate por não terem capacidade para suportar os encargos associados à sua manutenção ou reparação”, explicou Ricardo Furtado.
A entrega de um veículo em fim de vida num centro de abate é gratuita e é a única forma de um proprietário deixar de pagar o IUC (Imposto Único de Circulação). Os registos de propriedade e matrícula são, então, cancelados.
O ano de 2012 foi também o melhor de sempre ao nível da taxa de reutilização e valorização de materiais, que se cifrou em 90,1% – tendo por base o peso médio de cada veículo em fim de vida reaproveitado.
Assim, os veículos em fim de vida recebidos em 2012 deram origem a mais de 53 mil toneladas de materiais, que foram em grande parte reutilizados e reciclados, com destaque para os metais (39.566 toneladas), peças usadas (2.169 toneladas), pneus (1.930 toneladas), vidros (935 toneladas), baterias (750 toneladas), plásticos (317 toneladas) e óleos usados (231 toneladas).
“A grande maioria destes materiais foram processados em Portugal, contribuindo para dinamizar a indústria nacional de reciclagem”, salientou Ricardo Furtado à Lusa.