NASA transforma Los Angeles num laboratório de poluição
Cientistas do Jet Propulsion Laboratory, da NASA, estão a transformar toda a região metropolitana de Los Angeles num laboratório dos efeitos das alterações climáticas. A equipa está a implantar um pulmão mecânico que detecta os químicos no ar e um analisador único dos raios de sol no céu.
O projecto chama-se Megacities Carbon Project. Os cientistas têm vindo a analisar o espaço aéreo de Los Angeles há mais de um ano. Espera-se que em 2015 a equipa comece a trabalhar em cidades mais pequenas, como Indianapolis e Boston, permitindo uma medida empírica da pegada de carbono dos centros urbanos.
O projecto promete tornar-se num progresso revolucionário na luta mundial contra o aquecimento global. Riley Duren, engenheiro chefe de sistemas do Jet Propulsion Lab e manager do projecto Megacities, defende que já se deviam ter começado a estudar as emissões urbanas há muito tempo.
Os governos estimam o volume das suas emissões através de medições indirectas, como o acompanhamento da produção de carbono das fábricas, o levantamento do número de pessoas que andam de transportes públicos ou a compra de gasolina. Ninguém analisa os gases poluentes presentes por cima das cidades, o que é crucial para verificar se as medidas que os governos usam para tomar decisões políticas são as correctas.
Para controlar e reduzir as emissões de combustíveis fósseis é necessário saber o que se está a realmente a emitir. E uma boa forma de fazer isso é vendo o que está a acontecer na atmosfera.
O governo municipal de Los Angeles tem interesse nesta linha de investigação. As autoridades querem reduzir em 35%, até 2030, os níveis de emissões registados em 1990. Para isso, vão precisar de um bom sistema de verificação.
O projecto Megacities “vai mostrar que há um impacto significativo no que fazemos”, defende Romel Pascual, presidente-adjunto para o ambiente de Los Angeles, de acordo com o Grist.
Os cientistas suspeitam que as cidades são alguns dos piores agentes quando se trata da criação de gases com efeito estufa – especialmente as megacidades com mais de 10 milhões de habitantes, como Los Angeles, Nova Iorque ou Tóquio.