Couro e carne in-vitro serão uma realidade já em 2017



O vestuário de couro feito em laboratório pode tomar conta das passarelas do mundo da moda em menos de cinco anos. A crença é de Andras Forgacs, co-fundador e CEO da Modern Meadow, uma start-up que se dedica à produção de couro e carne a partir de tecidos frutos da bioengenharia. A empresa espera avançar para a produção em massa em 2017.

Apoiada pelo Breakout Labs, a Modern Meadow procura combinar a medicina regenerativa com a impressão tridimensional para sintetizar couro e, em último caso, carne.

A equipa está a apostar primeiro na produção de couro in-vitro por uma razão simples: é mais fácil de fazer do que a carne. Segundo Forgacs, tecnicamente a pele é uma estrutura mais simples, tornando-se mais fácil de produzir.

A empresa pretende também ainda familiarizar o público com a ideia de consumir produtos de bioengenharia. “Curiosamente, descobrimos que cerca de 40% das pessoas estaria disposta a experimentar carne de cultura”, diz o CEO.

Forgacs acrescenta que, enquanto as agências reguladoras podem manter os hambúrgueres de laboratório longe da restauração por mais de 10 anos, uma instalação completa de produção de couro pode estar operacional em menos de cinco anos.

O processo de fabrico de tecidos, para couro ou alimentos, está ainda longe de não precisar de animais – pelo menos, no início. As “células iniciais” provêm de recolhas de autópsias ou mesmo de animais vivos. Mas, mesmo assim, o modo proposto pela Modern Meadow para a produção de couro traz mais vantagens para as questões do bem-estar animal – e não só.

Como as peles produzidas não têm pêlo, por exemplo, exigem o uso de menos produtos químicos durante o seu tratamento. No modo de fabrico comum, a criação de animais para estes fins coloca um peso significativo sobre o meio ambiente e exige o consumo de grandes quantidades de recursos e energia.

“Se conseguirmos alcançar um produto muito bom que seja tecnicamente superior em alguns aspectos e, ao mesmo tempo, mais consciencioso ambientalmente e amigo dos animais, então isso poderá significar ter uma parte significativa do mercado global”, afirma Forgacs.

Para já vem o couro, depois a carne. Veremos o que têm a dizer os defensores dos direitos dos animais acerca desta solução.

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